segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

[Resenha] Crepúsculo de Avalon

ELLIOTT, Anna. Crepúsculo de Avalon. São Paulo: Prumo, 2009. 479p. (Um Romance de Tristão e Isolda, v.1)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Capa - Editora Prumo
O livro faz parte de uma trilogia que narra mais uma versão da lenda do Rei Arthur, Morgana, Guinevere, etc. Parece que, por mais que se crie versões e mais versões sobre o assunto, ele nunca será esgotado, pelo menos não foi até agora, e é agradável ler cada nova forma de contar uma história mais ou menos similar. Porém, o livro em questão foge um pouco dos personagens tradicionais, como os que foram citados acima, e avança alguns anos no futuro, ou seja, um futuro próximo, onde Arthur é relembrado como um herói que está descansando mas em breve virá salvar a Britânia, e o foco principal da história é o romance, constantemente associado a lenda, de Tristão e Isolda, sendo Isolda, neste caso, descendente do lendário rei. Apesar do título, a ilha de Avalon não aparece na história, e em todo o livro percebe-se apenas um pouco de magia nas visões e sonhos da protagonista. 

  O enredo se passa no que hoje é a grã-Bretanha, com os povos que ali viviam - os que hoje chamamos galeses - sendo cada  vez mais repelidos pelos saxões que há anos invadem seus territórios. Isolda é uma jovem rainha, curandeira e contadora de histórias recém-enviuvada e desprotegida neste cenário de guerras entre britânicos e saxões, além de intrigas entre os reis britânicos. Isolda, como quase sempre acontece com mulheres que entendem mais de certos assuntos do que homens, tem de lidar constantemente com acusações de bruxaria. O mais estranho, fato que me incomodou um pouco, foi a aparente falta de memória da personagem, que não se lembra de sua infância e esquece até mesmo de algumas pessoas que foram muito próximas a ela nesta fase da vida. Esse estado desmemoriado dura até quase o fim do primeiro volume.

  Diferente de outras história de Tristão e Isolda, como a do filme, por exemplo, o rei Mark da Cornualha é o grande vilão neste volume, junto com um de seus agentes que permanece incógnito até o fim do livro. Mark desempenha bem seu papel de vilão, não tenho críticas a fazer ao personagem, pelo menos não no livro atual. Um dos personagens que, na minha opinião, mais irrita é Tristão. Certo, um pouco de coragem, humildade e auto-sacrifício são características desejáveis em um protagonista galante, mas o jovem exagera nesses aspectos, criando dramas desnecessários na narrativa, chegando a ser chato... A trama tem um bocado de ação, que compensa o excesso de drama em algumas partes, além de personagens, com exceção de Tristão, bastante eficientes em causar ódio ou afinidade ao leitor. A princípio, o romance ainda é fraco, mas há uma certa promessa de que se tornará mais intenso nas sequências. 

   No geral, é um bom livro, peca em alguns aspectos, mas a obra consegue ser uma leitura agradável e interessante, principalmente para quem gosta de ler sobre a história da Inglaterra sob um ponto de vista um pouco mais místico.

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