sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

[Mais livros] Fevereiro

  Chegamos ao fim do mês de fevereiro e, como de costume, farei uma pequena lista das aquisições deste mês. Sim, pequena, pois, desta vez, me dediquei a procurar por livros que, além de serem bem grandes, são mais difíceis de encontrar atualmente, e essas duas razões os tornam mais caros, de forma que não pude comprar tantos livros quanto gostaria. Novamente, foram apenas três: 


De baixo para cima temos:

Capa - Editora Sextante
CLAVELL, James. Xogum: a gloriosa saga do Japão. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. 1040p.

O que mais me chamou atenção neste imenso livro com mais de mil páginas foi o enfrentamento de culturas, já que a história narra a saga de um piloto inglês que aporta no Japão e se vê envolvido pelos conflitos políticos e pela estranha cultura deste país tão diferente do seu. Em meio às aventuras do inglês, vemos vários aspectos da cultura e da história do Japão, com seus samurais, senhores feudais, jesuítas (é, até por lá eles andaram) e comerciantes. A narrativa ainda conta com uma dosezinha de romance entre o piloto e sua intérprete Mariko, que se vê dividida entre suas obrigações e crenças e seus sentimentos pelo estrangeiro. Mal posso esperar para começar a leitura!

Capa - Editora Leya
SANDERSON, Brandon. Elantris. Rio de Janeiro: Leya, 2012. 576 p.

Este não foi difícil de encontrar como os outros, mas já havia um tempo que tinha visto o livro e a história pareceu-me bastante interessante, do tipo que eu gosto, então comprei meio que por impulso. Parece o tipo de fantasia que me agrada, com maldições, intrigas políticas e aventuras em um mundo medievalóide (neologismo significando: semelhante ao medieval).
http://www.skoob.com.br/livro/277818


Capa - Editora Rocco
CRICHTON, Michael. Linha do tempo. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. 568p. 

Esse foi bem difícil de achar. Eu já o tinha comprado do final de janeiro, mas só no início da última semana que recebi a resposta da livraria dizendo que eles conseguiram o livro e que eu poderia ir buscá-lo na loja. Do autor do Jurassic Park, o livro virou filme em 2002 com Paul Walker e Gerard  Butler no elenco (assisti, em parte, por causa do Gerard Butler, mas acabei gostando bastante da história). O livro é uma ficção que aborda física quântica e viagens no tempo. O que mais me atraiu sobre o livro, foi exatamente a viagem no tempo, já que os pesquisadores voltam para a França do século XIV, em meio a uma batalha entre ingleses e franceses. 

Quanto aos livros que eu tinha prometido no mês passado para esse mês, consegui cumprir apenas o Linha do tempo. Quanto a O Ladrão de destinos, já está comprado, mas a livraria está tendo dificuldades para achá-lo também. E como os gastos desse mês foram altos, não consegui comprar o Bandeira Negra da série Assassin's Creed, então este fica como promessa para o mês que vem, que espero ser repleto de livros já que esta blogueira chata fica um ano mais velha em Março.

Possíveis aquisições para Março:

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

[Mangá] Monster

Capa - Conrad. Volume 1
  Andei pensando qual mangá poderia colocar, já que queria fugir um pouco da ideia de lutas e ação, lembrei então de uma das melhores obras de suspense já publicadas. Monster, que foi publicada na revista japonesa Big Comic Original, entre 1994 e 2001, totaliza 18 volumes de puro suspense e investigação, tendo sido publicado no Brasil pela editora Conrad e, posteriormente, pela Panini. Como todos os melhores mangás, Monster, de Naoki Urasawa, também virou um anime, com 74 episódios exibidos pela NTV entre Abril de 2004 e Setembro de 2005.

   A história se inicia apresentando Kenzou Tenma, um gênio da medicina, tendo como especialidade a cirurgia neural. Tenma mostra-se como o mais promissor neurocirurgião do Hospital Memorial Eisler em Dusseldorf na Alemanha e, além disso, ainda existe seu relacionamento com Eva Heinemann, filha do atual diretor do hospital, tais pontos o colocam com um futuro altamente promissor a caminho, onde seria elevado a cirurgião chefe e futuramente ocuparia o cargo de diretor da unidade, para isso só seria necessário acatar as ordens e desejos do atual diretor Heinemann.

   Inicialmente, Tenma se mostra um tanto manipulado pela família Heinemann, porém um fato faz com que seu modo de pensar se altere e ele resolva tomar as rédeas de sua vida. Um simples trabalhador da construção civil se feriu gravemente e Tenma foi acionado para a realização de sua cirurgia. Pouco depois de chegar ao hospital e realizar os preparativos para a cirurgia, Tenma é novamente acionado e ordenado a deixar de lado a operação do operário para realizar a operação de um famoso cantor de ópera que acabara de chegar, também em um estado grave, sendo, então, substituído por outro médico na cirurgia do operário. Como Tenma era o melhor médico, a política do hospital dizia que as melhores condições deviam ser dadas aos pacientes com maior relevância pública ou poder aquisitivo. Apesar de parecer confuso com o fato, ele simplesmente acatou a ordem do diretor.

Capa - Panini. Volume 1
    Infelizmente o operário veio a falecer e Tenma é questionado pela viúva do homem do porquê de ter deixado o seu marido, quando ele claramente havia chegado primeiro no hospital. Após entender o que havia acontecido com o homem, Tenma chega à conclusão de que poderia tê-lo salvo se ELE realizasse a cirurgia naquele momento. Daí segue-se uma série de questionamentos sobre o valor da vida de cada pessoa ser diferente e as coisas começam a mudar na cabeça de Tenma. É então que o doutor se vê novamente na mesma situação, quando um casal é assassinado em casa e um menino com um ferimento a bala chega ao hospital, Tenma é então acionado para realizar sua cirurgia, porém, momentos antes de inicia-la, o diretor Heinemann ordena ao talentoso cirurgião que opere o prefeito da cidade, que chegaria em breve após ter tido um colapso.   

   Tenma reúne sua coragem e resolve ignorar as ordens do diretor, indo operar o garoto com a bala na cabeça. O problema é que ele não sabia quem era esse garoto e o que o mesmo estava disposto a fazer. Na mesma ocasião, a irmã gêmea deste menino chega ao hospital totalmente paralisada, porém acordada, como se tivesse acabado de presenciar algo muito traumático. A única coisa que ela fazia era sussurrar “matem, matem...”

   Monster é um mangá que apresenta uma história cativante que não te deixa parar de ler, é realmente um suspense muito envolvente. Recomendo para jovens adultos, pois é um mangá bastante dramático e um tanto pesado, sendo necessário um pouco mais de discernimento para entender e absorver o conteúdo desta maravilhosa obra.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

[Resenha] Terras Metálicas

NONATO, Renato C. Terras metálicas. São Paulo: Novo século, 2012. 616p. 

RESENHA
por Juliana R. Santos  

Capa - Editora Novo Século
Mais uma surpresa agradável vinda de autores brasileiros. Não, a surpresa não se deve ao fato de o livro ser nacional, pois já li o suficiente para saber que temos histórias nacionais tão boas ou melhores que algumas obras estrangeiras. Mas a surpresa se deve à ambientação da narrativa, geralmente não gosto tanto de mundos futuristas, com tecnologias super avançadas e tudo o mais. Mas este livro não foi nada do que eu esperei, o que o tornou muitíssimo mais agradável.

  A história se passa muitos anos no futuro. A última grande guerra na Terra devastou o planeta, tornando-o inabitável, forçando as pessoas a se abrigarem em um mundo construído no subsolo, denominado a Esfera. Os habitantes da Esfera, apesar de terem um vida cotidiana relativamente semelhante à nossa, perderam boas partes dos conhecimentos sobre o mundo na superfície, isso inclui o nome dos animais ou a história do mundo como era antes. E esse é um aspecto interessante da leitura, na minha opinião, comparar no que a cultura do novo povo é semelhante à nossa e no que se difere.

  Como personagens principais temos um grupo de quatro jovens de 12 anos - Raquel, Tales, Ângelo e Camila - que se preparam para receber seus chips e iniciar uma nova fase de aprendizado na Academia, que se assemelha às nossas escolas, mas o estudo é em tempo integral. Essa parte do chip é um tanto distante da realidade, mas relevando-se esse pequeno detalhe, acaba sendo um fator bem interessante, já que permite aos jovens conseguirem habilidades extraordinárias, e o aprendizado que se segue a este implante lembra um pouco as cenas de Harry Potter em Hogwarts. 

   Outro fator que me atraiu positivamente na história é a presença dos tashis, pequenas máquinas que atuam como mascotes, sendo programadas para acompanhar e auxiliar em pequenos tarefas do cotidiano, como acordar. O interessante sobre essas maquininhas é que elas são estranhamente humanas e dão um leve tom cômico à história, tornando-a ainda mais agradável. Além de todos os pontos positivos que falei, o livro ainda conta com cenas de ação de tirar o fôlego, onde nossos protagonistas não tão sensatos se envolvem em situações arriscadas e perigosas. Toda a ação do livro é bem interessante, mas a melhor parte, na minha opinião, a mais intensa de todo o livro, demora um pouco a acontecer, só sendo trazida aos leitores quase no final da narrativa. 

  Resumindo, o livro é ótimo e altamente recomendado. Uma informação que acho que faltou mencionar é que a obra tem todos as características de literatura infanto-juvenil, apesar de não ser classificada assim na ficha do livro. Me agradou muito a iniciativa da editora Novo Século com a coleção "Talentos da literatura brasileira", que permitiu que este e outros autores brasileiros pudessem mostrar que são tão bons em criar boas histórias quanto qualquer escritor estrangeiro. A edição, pelo menos a que eu li, tem alguns pequenos errinhos de revisão (peguei dois errinhos de digitação), mas, fora isso, o trabalho realizado tanto pela editora como pelo autor ficou excelente, digno das cinco estrelas recebidas no Skoob. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

[Conservação de livros] Envio

  A postagem de hoje foi feita especialmente para aqueles que têm o hábito de enviar livros pelo correio, seja por trocas no skoob, por booktours ou qualquer outro motivo. 

  Convenhamos, que sistemas de transporte, como os correios, podem ser eficientes na entrega, mas não tão cuidadosos quando se trata de entregar materiais de forma incólume (a menos que tenha a inscrição frágil na embalagem, mas ai é outra história). Mesmo o cuidado dos funcionários não pode sempre evitar que certos "sacolejos" durante a viagem acabem amassando um ou outro pacote. E, pelo que tenho visto, seja em grupos de discussões no próprio skoob ou por experiência própria, há muitas pessoas insatisfeitas com o estado em que os livros enviados chegam em seu destino. 

  Esses problemas podem ser evitados se o remetente, antes de preparar o exemplar para envio, tomar certos cuidados. E é esse o objetivo desta postagem: dar algumas dicas de como embalar bem as obras que serão enviadas por correio, para que elas tenham menos riscos de chegar com algum dano ao destinatário. Não digo que essas formas que citarei aqui são as únicas formas de enviar um livro com segurança, pois existem inúmeras formas, limitadas apenas pela sua criatividade, pretendo apenas dar algumas ideias para aqueles que, como eu, precisam recorrer aos serviços de envio de pacotes. 

  A primeira e melhor forma de embalar um livro com segurança, é o plástico-bolha, pois este, além de minimizar choques, evita que o livro seja molhado por eventuais chuvas que ele venha a pegar no caminho. Plástico-bolha pode ser encontrado em papelarias, lojas de embalagens ou lojas de produtos variados (como Kalunga ou Casa e Video). Porém, já ouvi algumas pessoas afirmando que vivem em cidades onde é difícil encontrar esse tipo de plástico para venda, neste caso, podem haver algumas possíveis soluções. Um delas, se você tem o hábito de comprar determinados produtos pela internet (principalmente livros), é que se guarde os plásticos-bolha que vem em algumas embalagens, para usá-los no futuro ao enviar seus livros. 

  Na ausência do tão útil plástico-bolha, é possível utilizar outros materiais que irão manter os exemplares enviados longe de danos. Uma das formas seria utilizar papelão (ou papel paraná), filme plástico (do tipo que se usa para guardar comidas e que pode ser encontrado em qualquer supermercado), estilete ou tesoura grande, e caneta pilot para marcar o papelão. Para fazer a embalagem é muito símples como você pode ver no tutorial de apenas 5 passos abaixo. 


1 - Coloque o livro sobre o papelão e marque com uma caneta hidrográfica (pilot), dando um espaço entre as bordas do livro. Não precisa ficar tão reto, o importante é que a área do papelão cortado seja maior do que a área da capa do livro. Repita a operação em outra parte do papelão;




2 - Com um estilete ou tesoura, recorte os dois pedaços do papelão marcados tentando seguir as linhas traçadas. Não precisa ficar perfeito, não é um trabalho de artes, mas se desejar, você pode usar uma régua (de preferência metálica) para fazer o corte com o estilete.






3 - Você deverá ter dois pedaços de papelão mais ou menos do mesmo tamanho, ambos maiores que o livro. Ponha o livro entre os dois como um "sanduíche".






4 - Passe o plástico filme várias vezes em torno do conjunto, até todo ele estar coberto pelo plástico. O plástico evitará que o livro molhe durante o trajeto, então não deixe partes descobertas. 





5 - O resultado será semelhante  ao modelo abaixo, ainda sendo possível ver a lombada do livro, caso seja necessário mostrar na agência que se trata de um livro. Agora é só colocar dentro do envelope e enviar. 




E isso encerra a postagem de hoje. Espero que tenham gostado das dicas! No próximo post de conservação, ensinarei algumas outras formas de se enviar livros em segurança, de modo que eles cheguem sãos e salvos ao seu destino. 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

[TAG] Amigos na blogosfera

  Caros amigos leitores,

  Na ultima sexta-feira (dia 14 de fevereiro) além do dia de São Valentim,  data em que se comemora o dia dos namorados em grande parte do mundo, foi também o dia da amizade! Neste dia, tive a agradável surpresa de ser incluída entre a lista das Top 5 amizades literárias da Ellis, do blog Uma vida chamada livros. Muito obrigada Lili, é um prazer tê-la como amiga, mesmo que a distância. Esse Top 5 amizades literárias, além de uma lista, é também uma tag, ao qual irei responder neste post.

  Bem, há que se convir que cinco é um número pequeno para citar todas as pessoas que me ajudaram e de uma forma ou de outra contribuíram para que o blog chegasse ao nível que chegou. Então peço desculpas se deixei de citar alguém. A questão é que, mesmo no ambiente virtual, eu sou um pouco tímida, então acabo criando mais afinidade com as pessoas que se aproximam mais, já que eu, as vezes, hesito um pouco ao me aproximar das pessoas. Geralmente, ao responder tags, evito repetir pessoas que já foram indicadas, mas, neste caso, se tratando de uma lista de amigos, talvez fique um pouco difícil não repetir ninguém. Então, com os pedidos de perdão devidamente colocados, vamos começar. 

5º  

Cássia Lima

Do blog Vivendo um sonho por dia. A Cássia me ajudou muito no começo, quando o blog ainda era bem novinho, antes do primeiro mês. Através de suas indicações para Tags e de seus comentários, fui começando a entender melhor o universo dos blogs e blogueiros. Ultimamente não temos mantido muito contato, mas isso é mais culpa minha do que dela, mesmo não tendo tanto tempo para bater papo, sempre acompanho as postagens do blog, adoro ler as resenhas e ver as fotos que ela posta lá. 

Rafaela Palma

Do blog Word of Book, juntamente com a Bia Salu e com a Lilly Oliveer. Não tenho muito contato com as duas últimas, mas tenho conversado bastante com a Rafa, principalmente porque estou participando de um booktour organizado por ela. Nossas conversas têm sido bem agradáveis. 

3º 

Marina Garcia 

Do blog Um Reino muito distante. Temos gostos literários relativamente parecidos, por isso gosto muito de ler as resenhas que ela posta no site. Ela também é uma visitante frequente aqui no meu blog e é muito divertido trocar ideias sobre os livros que lemos. 

Ellis Fernando Monteiro da Costa. 

Não podia deixar de citar a pessoa que me citou aqui. A Lili é dona do blog Uma vida chamada livros, como já mencionei acima. Apesar de termos gostos literários um pouco distintos, acredito que temos bastante em comum em matéria de personalidade. Ela é uma das visitantes mais assíduas aqui do blog, está sempre aqui, mesmo que as vezes as minhas enrolações com a conclusão da faculdade, administração do blog e namorado não me deixem visitar seu cantinho com a frequência que gostaria. 

1º 

Carla Rodriguez e Tici Faria.

Donas do blog Bibliophiliarium, essas duas, além de amigas na blogosfera, também são amigas pessoais (bem, a Ticiane eu só conheci pessoalmente a poucos dias e ainda não tive tempo de formar laços de amizade, mas quem sabe isso possa mudar?), principalmente a Carla, que estudou comigo durante os quatro anos de faculdade e que agora me acompanha nas divertidíssimas aulas de Dança Irlandesa (Eu podia falar disso, Carla?).

Então, isso encerra a lista. Novamente peço desculpas aqueles que ficaram de fora, mas é que fica difícil escolher só cinco entre tantos. 

Abraço a todos! 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

[Resenha] Anjos da Morte

 SPOHR, Eduardo. Filhos do Éden: anjos da morte. Rio de Janeiro: Verus, 2013. 585p. (Filhos do Éden, v.2)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Capa - Editora Verus
Acho que esta resenha vai ser uma das mais difíceis que já fiz. Realmente fiquei um pouco na dúvida quanto ao que pensar. O livro é bastante bom, muito bem escrito. Percebe-se que a escrita foi feita de modo cuidadoso, não dispensando um bom tempo de pesquisa para sua elaboração. Para quem não leu outros livros do autor, a história tem anjos como personagens principais e é ambientada em um universo místico e muitíssimo complexo que envolve a Terra (ou Haled), os diversos níveis do céu e do inferno, com suas várias castas de anjos e demônios, além de planos astrais e etéreos onde habitam desde fantasmas até deuses mitológicos. O universo criado pelo autor é bastante interessante, porém, é necessário ter bastante atenção ao ler para compreender todos os fatores que o compõem. Durante toda a leitura tive a impressão de que deixei passar alguma coisa, que havia algo que não havia entendido completamente, o que me fazia voltar constantemente. 


    Apesar de o livro ser a continuação de Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida, a maior parte da narrativa se passa em um tempo anterior ao primeiro volume. Isso porque acompanhamos a história do anjo da morte Denyel em suas aventuras em guerras e missões antes do encontro com Levith e seu grupo. Porém, nem toda a ação acontece no passado, já que existem capítulos alternados onde acompanhamos Kaira (personagem que é apresentada no primeiro livro) e seu novo coro (coro é como são chamados os grupo de anjos no livro) em uma nova missão, desta vez, de resgate. 

  A maior parte da ação do livro acontece no século XX, mostrando trechos de eventos mundiais importantes como A Segunda Guerra Mundial; a guerra do Vietnã, no contexto da Guerra Fria; e os confrontos no Líbano e na África. Confesso que, sabendo que o livro abordaria eventos do século XX, fiquei um tanto desanimada, pois nunca gostei muito de história contemporânea e ler sobre as guerras deste século nunca me animou tanto quanto ler sobre as batalhas da Idade Média, por exemplo. No entanto, tive uma surpresa ao constatar que a ação do livro, mesmo passada neste tempo de que desgosto, era bem intensa, interessante e agradável de ler, tanto nas aventuras do anjo da morte quanto nas de Kaira. 

  Um ponto negativo da história é o personagem principal, eu não consegui de maneira nenhuma gostar do anjo Denyel. Sei que talvez várias das atitudes dele se derivem dos seus instintos como anjo da casta dos querubins, mesmo assim acho que, em alguns momentos, suas atitudes poderiam ter sido diferentes. O personagem é, na minha opinião, extremamente arrogante, ao mesmo tempo que é um tanto covarde e fraco (não fisicamente fraco, é claro), preferindo se afogar em bebidas, enquanto se lamenta pelos seus atos, em vez de tentar tomar as rédeas da situação e evitar cometer os atos que tanto lhe desagradam. Mas isso também é perdoável, visto que o personagem, conformado desse jeito (quase uma marionete), permitiu que a história tomasse o rumo desejado pelo autor. Sophia é outra das personagens que me desagradou bastante, embora eu não saiba justificar o que motivou meu desagrado. 

  O livro é bastante bom. Recomendo para quem gosta de aventuras ambientadas em mundos fantásticos. A narrativa é um prato cheio para os que gostam de ação, de história e das mais diversas mitologias, principalmente a cristã. Apesar de alguns personagens não tão interessantes, a leitura é bastante agradável, prendendo o leitor e tornando difícil abandonar a leitura. Sugiro que os que ficaram interessados procurem ler primeiro A Batalha do Apocalipse (onde o protagonista é bem mais carismático) e Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida, pois a leitura destes dará uma visão mais clara do universo onde a história se passa, tornando mais fácil o entendimento de certos elementos da trama. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

[Conto] O Labirinto

Este conto não foi escrito por mim, mas pela Ticiane Faria do blog Bibliophiliarium! Eu já havia lido e publicado aqui, no Fantásticos Mundos de Papel, um dos contos da autora, por isso achei que seria interessante publicar mais este, que é uma espécie de continuação do outro! Não se preocupem a leitura de "Até as histórias nunca escritas", não é essencial para o entendimento do presente conto, mas, se tiver interesse em ler mesmo assim, você pode acessá-lo clicando aqui. Espero que gostem tanto das duas histórias quanto eu gostei!

O LABIRINTO
por Ticiane Faria

A bibliotecária levou um susto quando a porta de dentro da biblioteca se abriu de repente e voltou a se fechar segundos depois com um forte estrondo, puxada de maneira brusca pela força do vento que trazia a iminente tempestade. Do teto, algumas gaiolas rangeram por conta da rajada indesejada, como se estivessem acabado de entrar em uma competição com o uivar do vento para saber quem era capaz de produzir o barulho mais sinistro. 

Do balcão, a bibliotecária sentiu um calafrio. Havia anos que parara de checar o tempo lá fora. Tivera o hábito de abrir as portas ela mesma, divertindo-se ao tentar adivinhar em qual lugar a biblioteca tinha ido parar. Sempre havia alguma dica óbvia ao redor, mas a bibliotecária preferia inspirar profundamente, absorvendo as histórias, que revelariam coisas não tão óbvias assim sobre o local. 

Mas a repetição desenfreada tende a transformar uma ação antes deliciosamente prazerosa em algo insuportavelmente tedioso, de forma que, atualmente, as únicas mãos que tocavam as maçanetas dos portões da biblioteca eram as mãos dos visitantes. 

Não tinha sido diferente agora, e a bibliotecária assumiu uma posição menos alarmada quando percebeu a presença de uma garotinha a poucos centímetros da porta. Furtiva como o vento, a jovem pensou e examinou melhor a visitante. Ela estava imóvel, seus olhos fixos nas entranhas da biblioteca, e seu casaco maltrapilho salpicado pelas primeiras gotas de chuva. 

A bibliotecária começou a bater com um lápis na madeira do balcão para ver se conseguia arrancar alguma reação da menina. Ela inclinou um pouco a cabeça, certamente porque ouvira o som, mas ainda era incapaz de desviar a direção do seu olhar. Finalmente o fez e fitou a bibliotecária com olhos arregalados. 

 Me desculpe!  disse ela.

Não eram nem de longe as palavras que a bibliotecária esperava, então ela perguntou, confusa:

 Pelo quê, exatamente?

 Invasão?  A menina passou a falar muito rápido, certamente constrangida. - Veja, a tempestade estava se aproximando e eu precisava arranjar um lugar para me proteger. Avistei isso aqui e juro que pensei que fosse uma igreja, e como o portão de fora estava aberto, entrei.  A menina suspirou.  Poderia ter velas, sabe... se fosse uma igreja, e eu ia poder me manter aquecida. Não tinha intenção de invadir sua... hum... propriedade. Me desculpe de novo.

 Não viu o letreiro na porta?  A bibliotecária ainda estava confusa.

 Eu não sei ler...

A bibliotecária sorriu em simpatia, mas também estava um tanto surpresa. Era verdade que a biblioteca recebia visitantes especiais, pois conseguiam enxergá-la enquanto muitos não conseguiam. Mas a jovem não se recordava de já ter recebido alguém que não soubesse ler. Pensativa, ela se abaixou para apanhar uma manta no compartimento interno do balcão e, quando voltou a se levantar, percebeu que a menina tinha se aproximado. 

Ela aceitou a manta e se despiu de seu casaco, cobrindo-se em seguida com o novo presente. O casaco ficou jogado no chão, exalando histórias que a bibliotecária conseguia captar. A menina era orfã, morava numa espelunca de orfanato que parecia ter mais insetos nojentos do que crianças. Não era a primeira vez que a garota fugia. O casaco foi pego discretamente das doações de uma igreja e, quando as histórias do antigo dono começaram a se sobrepor às histórias da própria menina, a bibliotecária desviou o olhar da vestimenta.

 Então, que lugar é esse?  a visitante perguntou, irrequieta, provavelmente se questionando o que tinha de tão especial no seu velho casaco que pudesse ter prendido tanto a atenção daquela jovem de cabelos escuros.

 Uma biblioteca.

 Ahrã, sei...

A forma como a menina expressou sua descrença e também o seu jeito de olhar para as entranhas da biblioteca sem dar sequer um passo para explorá-la fizeram com que a bibliotecária tivesse uma ideia do que se passava. Mesmo assim, ela resolveu perguntar, para ter certeza.

 O que você vê?

 Um labirinto.

A bibliotecária assentiu. Claro. Se a menina não sabia ler, óbvio que veria a biblioteca como um labirinto. Ainda assim, estava decepcionada. Primeiro porque ela mesma não gostava do labirinto e segundo porque tinha certeza de que a menina iria adorar se conseguisse ver as portas em miniatura. Ah, como era difícil comandar um local que tinha vida própria

 Você não precisa ter medo de algo que ainda não domina.  a bibliotecária resolveu dizer.

 Fácil falar  a menina respondeu, mas deu alguns passos em direção à entrada do labirinto, apertando ainda mais a manta em volta do corpo.

Ela não chegou a entrar. Observou as altas paredes feitas de pedras e plantas e estremeceu ao ver que algo tinha se mexido na escuridão das partes mais profundas do labirinto.

 O que tem aí dentro?  perguntou ela.

 Histórias.

A menina arqueou uma sobrancelha, de novo em descrença. 

 Sim, histórias. Histórias interrompidas, histórias que infelizmente não alcançaram o seu final feliz.

 Ah, então a minha deve estar aí dentro.  A menina deu um meio sorriso, tentando disfarçar sua tristeza com um humor irreverente.

A bibliotecária nada disse, e a visitante logo se sentiu mal pelo comentário. Esquecia-se de que não podia deixar a ingratidão da vida transformá-la em uma má pessoa. Passou então a pensar em algo para dizer que pudesse reparar a sua mancada. 

 Mas quem sabe se eu entrar aí dentro e encontrar a minha história, não poderei resgatá-la e dar a ela um final feliz?

A menina estava se sentindo muito orgulhosa de suas novas palavras, mas como a bibliotecária continuou em silêncio, a confiança da pequena visitante foi murchando aos poucos até que ela ouviu a jovem dizer:

 Bem... eu nunca achei a minha.

A garotinha olhou surpresa para a bibliotecária, que piscou para ela num ato de camaradagem que a pequena não encontrava frequentemente nas ruas nem no orfanato. Ela segurou a mão da jovem. Não eram parecidas fisicamente, e a menina não sabia o quanto  podiam ser parecidas interiormente, mas já tinham algo em comum, mesmo que nunca chegasse a conhecer qual era a história ou o mistério daquela moça. Não importava. Já gostava dela e dos seus cabelos escuros.

Elas ficaram assim, de mãos dadas e encarando o labirinto em silêncio, por um tempo, talvez até horas, até que a bibliotecária a puxou levemente para sair dali.

 Vamos  disse , você ainda não tem idade o suficiente para compreender o labirinto, e aposto que ele não é o seu lugar. A tempestade já deve ter passado e eu tenho outro presente para dar a você antes que vá embora.

Ela apontou para um objeto em cima do balcão enquanto as duas se dirigiam até lá. A menina tinha quase certeza de que aquele objeto não estava ali antes e não sabia dizer quem o colocara ali. 

 Uma gaiola?  ela perguntou um tanto desapontada quando chegaram mais perto.

 Vai te ajudar com as palavras. Mas não posso garantir que irá funcionar o tempo todo, especialmente se houver muitas pessoas ao redor.

Dentro da gaiola tinha um amontoado de letras que pareciam ser feitas de papel. A menina estava quase abrindo a portinhola da gaiola quando a bibliotecária deu um leve tapinha na sua mão, repreendendo-a.

 Não, não. Não abra. Você não tem ideia da confusão que palavras soltas podem causar. Apenas diga uma palavra. Qualquer uma. 

 Casa.

Ao som da voz da menina, o montinho de letras se remexeu enquanto dois a's e um c abriam passagem pelas demais letras e flutuavam acima delas. O s chegou um pouco atrasado, mas logo a palavra casa estava formada. A menina estava impressionada. 

 É assim que se escreve?  perguntou.

A bibliotecária fez que sim com a cabeça. A visitante agradeceu umas mil vezes, e então fez-se aquele silêncio que geralmente antecede uma despedida. Elas se abraçaram e a bibliotecária ficou observando enquanto a menina se dirigia até a porta, segurando a gaiola como se fosse um bichinho de pelúcia. Ela hesitou duas vezes, uma antes de abrir a porta e outra depois de já ter aberto, quando olhou para trás, um último vislumbre do labirinto, e acenou uma despedida para em seguida fechar a porta atrás de si e ir embora, levando seus presentes. 

A tempestade realmente tinha passado.

Um dia, a bibliotecária sabia que sim, aquela menina iria perceber que o seu novo manto tinha um bolso escondido. E ia achar ali dentro a sua carteirinha daquela biblioteca, com um nome que não era o qual ela estava acostumada a ser chamada, mas era o seu nome, mesmo que ela ainda levasse um tempo para descobrir isso. Então ela ia saber que sempre seria bem-vinda ali. 

Três presentes. Proteção, ensinamento e esperança. Ah, esperança. A bibliotecária voltou a olhar para o labirinto. Ela sabia que ali, por mais terrível que fosse, em algum lugar escondido sempre haveria uma saída. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

[TAG] 4x4 em 2014

Olá leitores!

Espero que o mês de fevereiro esteja sendo ótimo, não só em matéria de leitura como com relação a todo o resto. Fui indicada para uma tag pela Carla e pela Ticiane do incrível blog Bibliophiliarium (amo as resenhas e, principalmente, os contos de lá). Agradeço às blogueiras pela indicação!

A tag é bem simples de responder, basta responder às seguintes categorias:


  • Livros para ler em 2014;
  • Livros para reler este ano (podem ser séries);
  • Livros para comprar;
  • Séries para começar, continuar ou terminar;
  • A categoria extra: Quatro autores que você vai ler outras obras (responder a esta é opcional);
  • Indicar quatro blogs para responder à tag (cinco se tiver feito a categoria extra).


Então, acho que podemos começar  com as respostas. 

Livros para ler em 2014

Como todo bom amante da leitura, tenho vários livros para ler, mas citarei só os quatro que já possuo, ou que estão na fila a mais tempo, de modo que, provavelmente, serão os primeiros a serem lidos:

 



Livros para reler este ano

Os livros dessa categoria se encaixam também na categoria de séries para terminar este ano, mesmo assim, vamos lá.



Livros para comprar 

Há vários, como não podia deixar de ser, afinal, esse é o mal de quem gosta de ler, sempre há mais livros a comprar e nem sempre a dinheiro para todos. Esses são apenas alguns que desejo comprar. 



                                         

Séries para começar, continuar ou terminar. 

Também tenho algumas séries para começar e terminar, essas quatro são só algumas delas. As duas primeiras são as que ainda vou começar, as duas últimas, estou para terminar. 





Quatro autores que você vai ler outras obras

Para variar, tem mais de quatro, citarei apenas alguns que eu já tenha lido algum livro e que tenha outros livros na minha lista de leituras. 

George R. R. Martin
Marcelo Paschoalin
     


                     









Neil Gaiman
C. S. Lewis













Blogs indicados: 


E isso encerra a tag de hoje. Caso alguém tenha se interessado por algum livro da lista, segue abaixo as referências de todos eles, organizados na ordem em que aparecem. 

  1. ANDRADE, Nanuka. O Ladrão de destinos. Rio de Janeiro: Editora Subtítulo, 2013. 280p.
  2. PYLE, Howard. Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda. São Paulo: Zahar, 2013. 328p.
  3. SANDERSON, Brandon. Elantris. Rio de Janeiro: Leya, 2012. 576p.
  4. CRICHTON, Michael. Linha do tempo. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. 568p.
  5. PAOLINI, Christopher. Eldest. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. 642p. (Ciclo herança, v.2)
  6. PAOLINI, Christopher. Brisingr. Rio de Janeiro: Rocco, 2009. 706p. (Ciclo herança, v.3)
  7. GABALDON, Diana. A Libélula no âmbar. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. 896p. (Outlander, v.2)
  8. GABALDON, Diana. A Viajante do tempo. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. 736p. (Outlander, v.1)
  9. ROSSANO, Juan Vargas. Morfangnor: a era dos demônios. São Paulo: Novo século, 2013. 552p. 
  10. CORNWELL, Bernard. 1356. Rio de Janeiro: Record, 2013. 420p. 
  11. VICTOR HUGO. O Corcunda de Notre Dame. São Paulo: Zahar, 2013. 496p. 
  12. CLAVELL, James. Xogum: a gloriosa saga do Japão. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. 1040p. 
  13. LAWRENCE, Mark. Prince of Thorns. [S.l.]: Darkside, 2013. 360p. (Trilogia dos espinhos, v.1)
  14. LAWRENCE, Mark. King of Thorns. [S.l.]: Darkside, 2014. (Trilogia dos espinhos, v.2)
  15. LAWRENCE, Mark. Emperor of Thorns. [S.l.]: Darkside, 2015?. (Trilogia dos espinhos, v.3)
  16. LEWIS, C.S. Além do planeta silencioso. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 220p.(Trilogia cósmica, v.1)
  17. LEWIS, C.S. Perelandra. São Paulo: Martins Fontes, 2011. 310p. (Trilogia cósmica, v.2)
  18. LEWIS, C.S. Uma Força medonha. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 568p. (Trilogia cósmica, v.3)
  19. PAOLINI, Christopher. Eragon. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. 460p. (Ciclo herança, v.1)
  20. Ver item nº 5
  21. Ver item nº 6
  22. PAOLINI, Christopher. Herança. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. 792p. (Ciclo herança, v.4)
  23. Ver item nº 8
  24. Ver item nº 7
  25. GABALDON, Diana. O Resgate no mar: partes 1 e 2. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. 2v. (Outlander, v.3)
  26. GABALDON, Diana. Os Tambores de outono: partes 1 e 2. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. 2v. (Outlander, v.4)
  27. GABALDON, Diana. A Cruz de fogo: partes 1 e 2. Rio de Janeiro: Rocco, 2009. 2v. (Outlander, v.5)
  28. GABALDON, Diana. Um Sopro de neve e cinzas: partes 1 e 2. Rio de Janeiro: Rocco, 2010. 2v. (Outlander, v.6)
  29. GABALDON, Diana. Ecos do futuro: partes 1 e 2. Rio de Janeiro: Rocco, 2011. 2v. (Outlander, v.7)
  30. GABALDON, Diana. Written in my own heart's blood. [S.l.]: Randon house, 2014. (Outlander, v.8)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

[Mangá] Fairy Tail

   Hoje, mais uma vez, damos sequência às postagens referentes a mangás. E a obra a ser resenhada desta vez é nada mais nada menos que Fairy Tail. Criado em 2006 por Hiro Mashima, Fairy Tail vem se apresentando como um verdadeiro sucesso, mais um tiro certo da Weekly Shonen Magazine japonesa.

Capa - JBC. Volume 1 
   O mundo que este mangá nos traz é bastante interessante, por ser uma terra onde a magia existe o mesmo é simplesmente chamado de Mundo Mágico. Neste mundo, pessoas com dons especiais para utilizar a magia se juntam buscando segurança, credibilidade e companhia, formando as guildas de magos. Existem diversas guildas pelo mundo de Fairy Tail e estas realizam tarefas (Quests), onde geralmente são cobradas taxas de serviço em prol da manutenção da guilda e pagamento dos membros. Logo de início, nota-se que existe um elo muito importante entre os membros da guilda Fairy Tail, e isso se prova como um grande diferencial ao longo da obra. Um ponto interessante é que assim como no mundo real, tem sempre alguém querendo mais e mais poder (no nosso caso, isso se resume a dinheiro), sendo assim alguns vilões não medem escrúpulos para obterem magias poderosas e assim como vemos guildas que ajudam as pessoas (cobram por isso, mas ajudam) também vemos guildas de malfeitores, mercenários e arruaceiros que só querem ver o caos e submeter os outros às suas vontades, são as temidas guildas das trevas.

   A história gira em torno de vários personagens, entretanto, sem dúvidas podemos dizer que o principal deles é Natsu Dragneel, também conhecido como Salamandra. Natsu é um mago capaz de utilizar magias de fogo, assim como absorvê-lo para se fortalecer, isso se deve pelo fato de ter sido criado por um dragão de fogo, Igneel, que o jovem tem como seu pai. Entretanto, Natsu não sabe onde se encontra Igneel, e parte de suas preocupações se limita a descobrir o paradeiro daquele que fez dele o que é hoje. Obviamente, Natsu não está sozinho em sua jornada, ao longo da série realiza diversas missões com seus amigos, em especial Happy, um gato azul alado e falante, que se mostra como seu braço direito, Lucy Heartfilia, uma maga que possui um poder um tanto quanto raro de invocar espíritos celestiais por meio de chaves mágicas, Gray Fullbuster, um mago que se mostra inicialmente como um rival para Natsu e que é especialista em magias de gelo e, é claro, a queridinha de todos os meninos e com fama de durona, Erza Scarlet, que possui o poder de invocar diversas armas e armaduras magicamente a seu bel prazer.

    Esta série apresenta cenas de luta bastante interessantes e bem construídas, e também não é monótona, pois não fica muito tempo em uma única saga e o término de uma já puxa outra, não é a toa que fez tanto sucesso, inclusive também virando anime. Altamente recomendado para quem gosta de aventuras, ação e humor.

Para os interessados, segue o link para leitura online do mangá:

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

[Resenha] Calvin e Haroldo: o livro do décimo aniversário

WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: o livro do décimo aniversário. São Paulo: Conrad, 2013. 208p.

   Este livro poderia ser considerado um livro de quadrinhos, mas como ele possui bastante conteúdo escrito também, achei que valia a pena resenhá-lo como um livro comum.


Capa - editora Conrad
Quem não conhece a história do garoto Calvin, uma criança imaginativa e rebelde com suas engraçadíssimas e inteligentes tiradas, e seu melhor amigo o tigre Haroldo (em inglês, Hobbes). Talvez as gerações mais novas ainda não o conheçam, pois as tiras desses personagens tão carismáticos, desde sua criação, em 1985, eram vinculadas em jornais, meio de comunicação que anda caindo em desuso ultimamente, pelo menos para os mais jovens, que preferem recorrer a internet para se manterem informados. Para estes, posso adiantar que realmente vale a pena procurar algumas tiras para ler. 

  O livro, além de uma coletânea de tiras, reunidas pelo próprio quadrinista Bill Watterson, criador de Calvin e Haroldo, traz uma breve história dos quadrinhos e de sua participação nos jornais, abordando as principais mudanças ocorridas do início do século para cá e criticando o espaço cada vez mais reduzido reservado às tirinhas, argumentando que, com o pouco espaço disponível, é difícil para o artista trabalhar de modo satisfatório. O autor também expõe suas opiniões de forma bastante interessante com relação ao licenciamento de personagens e aos processos de criação dos quadrinhos. 

  Com relação às tirinhas em si, que por si só já dariam motivos de sobra para adquirir o livro, este possui uma coleção das mais diversas, envolvendo desde histórias engraçadas até as que fazem refletir sobre a vida, passando é claro pelas críticas sociais, tudo isso de forma bastante divertida e inteligente. O interessante das coletâneas deste tipo, é que elas permitem acompanhar quadrinhos que formavam uma história em sequência, publicadas uma após a outra diariamente nos jornais, e que hoje em dia, dificilmente se poderia ter acesso. Além disso, na coletânea contamos com diversos comentários do autor que falam do processo criativo e das influências para determinada sequência de quadros, o que torna a leitura muito mais interessante. 

  Para os que não conhecem, copiarei aqui um pequeno trecho do livro, onde o autor descreve alguns dosm dos personagens que compõem o elenco, juntamente com o que o inspirou a criar cada um. Para não tornar a postagem grande demais, falarei apenas dos dois personagens principais, que dão nome aos quadrinhos. 


"Calvin - Tem esse nome por causa de Calvino, um teólogo do século XVI que acreditava em predestinação. A maioria das pessoas acha que Calvin é baseado em um filho meu ou em lembranças detalhadas da minha infância. Na verdade, eu não tenho filhos e fui uma criança tranquila e obediente - quase o oposto de Calvin. Uma das razões por que é divertido escrever as falas de Calvin é que na maioria das vezes eu concordo com ele. Calvin é autobiográfico em certo sentido, porque ele encara as coisas da mesma forma que eu, mas na minha idade adulta, não na infância. Muitas das afirmações e metáforas de Calvin são minhas. Tenho para mim que a maioria das pessoas envelhece sem amadurecer e que dentro de cada adulto (e às vezes nem é preciso escavar muito fundo) existe um pestinha que quer que tudo seja feito à sua maneiro. Eu uso Calvin como uma válvula de espace para minha própria imaturidade, como uma forma de manter um olhar curioso a respeito do mundo, como uma maneira de ridicularizar minhas próprias obsessões e como um modo de tecer comentários sobre a natureza humana. Apesar de não querer alguém como o Calvin na minha casa, no papel ele me ajuda a entender e suportar as coisas da vida." (WATERSON, 2013, p. 21)

"Haroldo (Hobbes, no original) - tem esse nome por causa de um filósofo do século XVII que tinha uma visão pessimista da natureza humana e possui a dignidade, a paciência e o bom senso da maioria dos animais que conheci. Haroldo foi inspirado em grande parte em uma gata que tive, uma bichana rajada chamada Sprite. Além de ser longilínea e ter um rosto largo como o de Haroldo, ela também foi o modelo para a personalidade dele. Ela era tranquila, inteligente, amigável e adorava brincar de espreitar e dar o boto. Foi Sprite que inspirou a ideia de Haroldo receber Calvin atacando-o em alta velocidade em pleno ar. [...] Aquilo que chama de "grande sacada" da minha tira - as duas versões de Haroldo - muitas vezes é mal compreendida. Não vejo Haroldo como um boneco que milagrosamente ganha vida quando Calvin está por perto. E também não considero que ele seja um produto da imaginação de Calvin. A verdadeira natureza de Haroldo na verdade não me interessa, e nas histórias existe sempre uma maneira de contornar esse problema. Calvin vê Haroldo de uma forma e as demais pessoas de outra. Acho que é assim que as coisas funcionam na vida. Nenhum de nós enxerga as coisas exatamente da mesma maneira, e eu retrato isso de modo bastante literal nos quadrinhos. Na verdade, Haroldo é muito mais uma referência ao caráter subjetivo da realidade do que um boneco que ganha vida." (WATTERSON, 2013, p. 22)

E isso encerra a resenha de hoje, espero que tenham gostado. Para encerrar e deixá-los com vontade de ler, deixo ai embaixo uma das tiras do livro. Não é a mais engraçada, mas foi a que consegui pegar.



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

[TAG] Doenças Literárias

Olá amigos leitores,

Peço desculpas por faltar com a resenha de hoje (segunda-feira), mas é que passei meio mal ontem, estive com muita dor de cabeça e não consegui preparar a resenha, então, para não ficarmos sem postagem, postarei esta tag, que já tinha deixado preparada desde sexta, e que só seria postada na terça-feira. Amanhã posto a resenha. 

Fui indicada pela Ellis do blog Uma Vida chamada livros para participar da Tag Doenças literárias. Muito obrigada, Lili! As regras consistem em escolher um livro para cada uma das oito doenças selecionadas, acompanhados por um comentários, e indicar cinco blogs para participar da Tag também. Então, vamos começar! 

1 - DIABETES: um livro muito doce

BANDEIRA, Pedro. A Marca de uma lágrima. São Paulo: Moderna, 2003. 


Bem, certamente, "doce" não é uma característica que eu considero boa em um livro. Faz tempo que não leio nenhum livro "doce", sinceramente não é minha praia, prefiro livros mais intensos. Acho que o último que eu li foi A Marca de uma lágrima, que tive que ler para a escola em 2003. Não é tão ruim, é até bem legalzinho, uma história bonitinha, mas não faz o meu estilo, além disso, odiava parar os livros que eu estava lendo para ler um livro com menos de 200 páginas, que eu achava muito pouco para contar uma boa história (Eu  estava errada, é que eu era meio besta quando tinha 13 anos, acho).



2 - CATAPORA: um livro que você leu e não lerá de novo



Difícil dizer. Eu geralmente não releio livros, não por não gostar deles, mas é que tem tanto livro ainda esperando para ser lido, que mesmo que eu viva várias vidas não conseguirei ler todos, então tento ler o máximo que possível e isso não seria possível se ficasse relendo muitos livros. Então falarei sobre um livro de que não gostei e não gostaria de reler. Como vocês podem ver na resenha, eu me decepcionei bastante com Malinche. Comprei-o esperando que fosse uma ficção histórica que iria me fazer entender mais sobre a história do México, mas o livro fala mais sobre as supostas reflexões que teria a personagem histórica do que sobre os fatos ocorridos.


3 - CICLO MENSTRUAL: um livro que você relê constantemente

PAOLINI, Christopher. Eragon. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. 460p. (Ciclo da herança, v.1)

Como disse no tópico anterior, não costumo reler livros, mas, às vezes, acho necessário reler alguma obra quando vou ler sua continuação tempos depois de ter lido o inicial e não lembro bem dos detalhes ou quando vou ver um filme ou série inspirada num livro que li a muito tempo. Então, como resposta a este tópico, direi um livro que estou lendo pela terceira vez, pelos motivos citados anteriormente. Eragon foi um dos primeiros livros de fantasia que li e gosto bastante da história, tanto do livro, quanto da série. Ele tem uma escrita bem fácil e uma história divertida que vale a pena para leitores de qualquer idade. 


4 - GRIPE: um livro que se espalhou como vírus

SPARKS, Nicholas. 

Nicholas Sparks
Se eu fosse escolher livros para definir gripe, certamente seriam os do autor Nicholas Spark. Eles se espalham facilmente, quase todo mundo que conheço já leu pelo menos um. De tempos em tempos, tal qual o vírus da gripe, ele se transforma e assume uma nova forma, ou um novo título. Não sei como esse cara escreve livros tão rápido, a cada mês que eu vou na livraria parece que tem um livro novo dele, mas eu também não me interesso muito em checar sobre do que se trata. Não estou aqui criticando nem elogiando, apenas acho que estas obras se encaixam perfeitamente nas características pedidas por este tópico. 



5 - ASMA: um livro que te tirou o fôlego



Muitos livros que li poderiam ser considerados "de tirar o fôlego", é até difícil escolher só um. Mas já que tenho que escolher algum, acho que poderia ser Sangue de tinta, o segundo livro da trilogia Mundo de tinta, da autora Cornelia Funke. Enquanto lia a história, nunca podia ter certeza do que iria acontecer em seguida, era uma surpresa a cada virada de página. Parecia que todos os planos criados pelos protagonistas eram descobertos pelos vilões e fracassavam. Era bem difícil adivinhar onde a história iria parar, mas a impressão que eu tinha era que tudo ia acabar dando errado, apesar de saber que isso seria pouco provável de acontecer em um livro infanto-juvenil. Foi um dos primeiros livros que resenhei, e fiz uma resenha bastante positiva do mesmo aqui no blog. 

6 - INSÔNIA: um livro que te tirou o sono


Deve ter tido mais de um que se encaixa na descrição, mas o mais recente e que me lembro melhor é O Destino de Adhara. Postei recentemente uma resenha sobre ele no blog, que pode ser acessada aqui. Eu senti tanta raiva dos personagens! Tinha vontade de sacudi-los até eles voltarem à razão, e ficava remoendo a raiva quando tentava dormir. Também fiquei tão tensa com a história que o tempo todo queria continuar a ler, na esperança de que as coisas se ajeitassem no próximo capítulo, era difícil parar de ler. 



7 - AMNÉSIA: um livro que você não se lembra muito bem

SHELDON, Sidney. A Herdeira. Rio de Janeiro: Record, 2003. 325p. 


A melhor resposta para esse tópico seria: todos os que eu li há muito tempo. Mas como tenho que escolher um, então eu diria que é A Herdeira, de Sidney Sheldon, livro que li em 2002. Me lembro pouco da história e dos personagens, mas certamente me lembro de ter gostado do livro. Com certeza há outros livros cujas histórias estão meio apagadas da minha memória, mas acho que esse foi um dos que lembro de ter gostado mais.






8 - DOENÇA DE VIAGEM: um livro que leva para outro lugar, época ou mundo


Não é isso o que todos os livros fazem, te levam para outro lugar, para outro mundo? É difícil escolher uma única obra como resposta a uma pergunta que deve incluir todos os livros já editados, tenha eu lido ou não. Mas para não ser chata ao não responder ao tópico, resolvi escolher um livro que criou o universo mais exótico entre as histórias que li. A Morte da luz foi o primeiro livro de George Martin, conhecido por ter escrito as Crônicas de gelo e fogo. A trama se passa em um planeta sem órbita fixa, que se encontra saindo de um sistema estrelar e, portanto, tornando-se inabitável, o que faz com que ele vá sendo constantemente abandonado por seus habitantes, que vieram dos mais diversos planetas, com as mais diversas culturas e costumes. E é nesse conflito de culturas nesta terra abandonada que a história se desenvolve de forma bastante interessante. Você pode ler minha resenha sobre esta obra aqui.  


BLOGS INDICADOS:


E acho que com isso eu encerro a Tag. Desculpem se fui muito reclamona, é que sempre acho difícil escolher algum entre tantos livros que li para qualquer categorização que seja. Ainda assim, espero que tenham gostado das respostas. Grande abraço!