sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

[Mais livros] Janeiro

 E neste último dia de janeiro, vamos às aquisições do mês. Janeiro é um mês complicado para adquirir coisas novas, por vir logo após o Natal, quando temos muitos presentes para comprar e, consequentemente, muitos gastos, o que faz com que muitas pessoas, eu inclusive, tenham que "apertar os cintos" neste primeiro mês do ano. E essa economia é traduzida nas aquisições do mês, muito menores do que eu gostaria. Consistindo de apenas três livros:


De baixo para cima temos: 


WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: o livro do décimo aniversário. São Paulo: Conrad, 2013. 208 p.

Esse livro de quadrinhos foi um presente de mim para mim mesma no dia do leitor (07/01). O mais engraçado foi que o comprei, antes de notar que era dia do leitor, é que o preço estava ótimo na livraria que visitei. Ainda não li, mas certamente o farei neste mês de fevereiro. 


WHYTE, Jack. O Rebelde. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012. 400 p. (Corações valentes, v.1)

Este também foi comprado no início do mês, com o dinheiro dado por uma tia para que eu comprasse algo de que gostasse para o Natal. Demorei um pouco para comprar, mas acabei gostando deste livro, que já foi incluído em um desafio de férias e cuja leitura finalizei recentemente. Em breve postarei aqui uma resenha majoritariamente positiva. Trata da história do conhecido rebelde escocês, William Wallace, contada desde a infância pelo padre James Wallace, primo de William. 


CEM HISTÓRIAS ILUSTRADAS. Barueri: Usborne, 2013. 512p.

O livro reúne histórias infantis de Grimm, Esopo, Tolstoi e outros autores. Me apaixonei pela edição ao vê-la na sessão infantil de uma livraria, era uma bela edição com capa acolchoada e lindas imagens, e continha histórias que eu ainda não conhecia, além dos contos mais clássicos que todos já conhecemos, era um livro que eu gostaria de ter para ler, guardar e reler, no futuro, para meus filhos. Meu namorado, vendo o quanto eu gostei da obra, resolveu me dar de presente e, por isso, eu lhe sou muito grata! 


E isso encerra as aquisições de Janeiro. Para fevereiro já temos alguns livros em vista, entre eles, os livros abaixo:


Claro que ainda há outros que pretendo que integrem a próxima lista de aquisições, estes são só uma prévia. E com isso encerro a postagem de hoje desejando a todos um ótimo fim de semana. Grande abraço e até segunda-feira com novas postagens!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

[Resenha] Os Últimos heróis

TROISI, Licia. Os Últimos heróis. Rio de Janeiro: Rocco, 2013. 320p. (Lendas do Mundo Emerso, v.3)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Esta resenha é referente à continuação dos livros O Destino de Adhara e Filha do Sangue. Se você ainda não os leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história dos livros. 

   E finalmente chegamos ao último livro, não só da trilogia Lendas do Mundo Emerso, como também da obra da autora ambientado no Mundo Emerso. Neste último volume, a narrativa se intensifica ainda mais. Com o Mundo Emerso seriamente ameaçado pelas forças invasoras, as cenas mais dramáticas da história são deixadas um pouco de lado para dar maior foco à ação que busca evitar o massacre. 

   O foco maior da história, neste caso continua a ser na protagonista Adhara, mas outros personagens como Dubhe, Amina e Theana também tem um papel relevante na história, assim como Shyra, personagem que entra na história neste novo volume. O vilão Kriss também começa a ganhar maior relevância, com mais capítulos mostrando o ponto de vista do personagem, coisa que não ocorria nos livros anteriores. Obviamente, os odiáveis San e Amhal permanecem no livro, mais detestáveis a cada página. Neste novo exemplar, também são apresentadas histórias do passado de alguns personagens, que despertaram alguma curiosidade dos leitores em livros anteriores, deixando mais clara a razão para alguns adotarem certas posturas, apesar de várias atitudes serem injustificáveis mesmo. Outro fato interessante sobre o volume é que há uma grande parte da narrativa ambientada nas chamadas Terras desconhecidas, dando destaque a cultura e o modo dos povos que lá vivem, em especial os elfos (bem diferentes daqueles que vemos em Senhor dos Anéis). Essas Terras são apenas mencionadas na primeira trilogia, e aparecem rapidamente na segunda, sem grande destaque, o que deixou alguns leitores um tanto curiosos. 

   Voltando à Adhara, ela permanece em sua saga para salvar Amhal, como se o personagem já não tivesse se colocado além de qualquer salvação com suas atitudes mesquinhas e covardes. Essa postura da protagonista é um tanto irritante em alguns momentos, mas pode ser perdoável pelo maior comprometimento da mesma em ajudar a salvar o mundo onde vive, agindo em conjunto com outros personagens rumo a objetivos diferentes de sua demanda principal, o que, nos volumes anteriores, não acontecia tanto. A personagem adotava uma postura um tanto egoísta por não ter consciência total em seu potencial para ajudar os outros. 

   Recomendo a leitura do livro, a narrativa tem um ritmo muito rápido, com acontecimentos se sobrepondo o tempo inteiro, tornando impossível parar de ler (eu praticamente devorei a história em quase 10 hora de viagem de carro. Não consegui parar de ler). Além de rápida, a narrativa é bastante intensa, fazendo com que o leitor se contagie com os sentimentos dos personagens, embora alguns destes pudessem ter sido melhor trabalhados, como Kalth, por exemplo. Enfim, é uma leitura bastante agradável e envolvente,  que prende o leitor mesmo. Um livro que vale a pena ler, apesar do final que considerei um tanto decepcionante. 



quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

[Mangá] Berserk

Capa - Jets Comics. Volume 1
Hoje temos uma novidade. Pela primeira vez no blog, teremos uma resenha referente a um mangá! Era para os mangás só começarem a partir de fevereiro, mas tivemos um problema com a coluna de conservação, que deveria ir ao ar hoje. Mais tarde falarei sobre as novidades para o próximo mês, mas receio que terei que reduzir a coluna de conservação para uma vez por mês, pelo simples fato de que estão se esgotando os temas a serem abordados nesta coluna. 

Bem, voltando aos mangás, a primeira obra escolhida para resenha foi Berserk! Esta série foi criada em 1988 em forma de mangá, sendo posteriormente adaptada para anime, entretanto este cobre somente uma pequena parte da história. Esta obra é bastante rica e faz bastante sucesso, perdurando até os dias de hoje (Sim! Ainda está sendo produzida no Japão pelo mesmo autor).

Em Berserk, acompanhamos as aventuras de Gattsu, também conhecido como Gatts ou Guts em algumas traduções, um homem forte e calejado pela vida, tendo sofrido diversos traumas desde o seu nascimento. Cresceu no campo de batalha e foi forjado como um soldado. Detentor de um braço esquerdo mecânico, este fato não se mostra como um problema, conferindo até uma vantagem na hora de suas lutas, pois neste membro encontra-se acoplada uma besta de repetição, que juntamente com sua espada gigantesca, do tamanho de um homem adulto, torna este homem um dos mais perigosos para se esbarrar por aí...

Logo no começo do mangá, percebemos o que está por vir, cenas fortes, impróprias para menores de 18 anos e muito sangue. Provavelmente, estes fatores também contribuíram para o sucesso da série. Gattsu é então apresentado como o espadachim negro, pois, acreditem, ele utiliza vestes negras. O ambiente é medieval, mesclando diversas raças. A trama principal gira em torno de Gattsu e sua caçada pelos cinco membros da “Mão de Deus” ou “Mão divina”, que seria a entidade composta pelos demônios existentes mais poderosos, para isso, Gattsu busca incessantemente os apóstolos, que são demônios inferiores, porém não fracotes ou menos amedrontadores, tentando através dos mesmos alcançar os membros do seleto grupo. Nosso protagonista mostra que não sente pena dessas criaturas das trevas, torturando-as e fazendo-as sofrer incansavelmente antes de morrer, ato merecido, pois a maioria delas não tem pena dos seres humanos. Em certos momentos, Gattsu se mostra quase como um louco obcecado pela eliminação dos demônios, entrando em um estado de frenesi, daí o nome da série, berserkers eram como se chamavam os guerreiros nórdicos que entravam em fúria assassina e incontrolável antes das batalhas.

Concluindo, esta é uma obra interessante que faz jus ao sucesso. Apresentando um mundo sob uma perspectiva realista de como seriam as coisas com a existência de demônios, seres cruéis e tão mais poderosos que os humanos. Aconselho que leiam caso realmente gostem do tema e também tenham estômago forte. Contém temas sexuais adultos e violência intensa, com presença de sangue e mutilações. 

Segue o link para a leitura online do mangá:

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

[TAG] Primeiro e Último


Olá amigos leitores,

Fui indicada pela Ellis (obrigadaaa!), do blog Uma Vida chamada livros para responder à tag Primeiro e Último.  Para participar, os indicados devem dizer qual foi o primeiro e o último livro que leu, responder algumas poucas perguntinhas sobre leitura e indicar outros blogs para participar também. Dessa vez não há número estipulado de indicações necessárias, então indicarei tanto quantos eu conhecer que ainda não tenham respondido à esta tag. Bem, comecemos!

O PRIMEIRO 

Primeiro livro: A Perseguição.
Hmm, essa é sempre a pergunta mais difícil. Possivelmente, o primeiro livro que li foi algum livrinho que a "tia" me deu para treinar na classe de alfabetização, aos 6 anos, mas dificilmente eu vou lembrar qual é. Então, descartando os livros infantis que eu li nos primeiros anos de alfabetizada e os livros que meus pais leram para mim, acho que o primeiro deve ter sido A Perseguição, um dos livros infanto-juvenis de Sidney Sheldon, cuja capa está ai ao lado. Acho que tinha uns 9 anos quanto li, não sei exatamente. 

SHELDON, Sidney. A Perseguição. Rio de Janeiro: Record, 1994. 234p.

O livro narra a história de um jovem japonês que, que após perder os pais em um acidente aéreo nos Estados Unidos, descobre-se herdeiro de sua grande fortuna. Ele viaja para o país com o tio e lá descobre que este tem uma terrível trama para matá-lo e se apossar de sua herança. Desacreditado pela polícia local e mal falando inglês, o jovem começa uma fuga desesperada pelos Estados Unidos, tentando escapar do tio e de seus comparsas. É um livrinho bastante interessante, o autor escreve livros muito bons, este é pequenininho e ideal para quem está começando agora no mundo dos livros. 


O ÚLTIMO

Último livro: O Rebelde
Esse é bem mais fácil de responder. O último livro que li foi O Rebelde de Jack Whyte. É o primeiro livro da trilogia Corações Valentes e narra a história de William Wallace desde a infância, contada por seu primo, o padre James Wallace. Eu amei o livro, como era de se esperar, pois se trata de uma ficção histórica, passada na Escócia, e tem lutas, então... me conquistou quase tanto quanto os livros do Bernard Cornwell. 

WHYTE, Jack. O Rebelde.  Rio de Janeiro: Casa da palavra, 2012. 400p.








AS PERGUNTAS 

1. Já comprou um livro pela capa? 
Não vou dizer que compro pela capa, mas a capa ajuda a escolher sim. No meio daquele mar de livros, vou procurando pelas cores de capa, título e tipo de fonte, os livros que parecem ser mais do estilo que gosto. Mesmo assim, sempre leio pelo menos a sinopse antes de comprar, geralmente prefiro procurar resenhas em blogs também. 

2. Gosta de literatura brasileira?
Tanto quanto gosto de literatura estrangeira. Não gosto da nacionalidade do livro, e sim da sua história. Mas se quer saber se gosto da literatura brasileira clássica, sim, gosto mais ou menos, se eu tiver paciência para traduzir aquela escrita de anos atrás, mas não é meu estilo favorito. 

3. Tem costume de ler e-books?
Não, não gosto de ler textos longos em telas de computador. Também não acho que vale a pena comprar um leitor dedicado, se eu vou preferir comprar todos os livros em papel de qualquer modo. Eu gosto de colecionar os livros que leio, guardar para meus filhos lerem, e com arquivos digitais, isso perde toda a graça. Além disso, não sei se daqui a 50 anos, poderei ler o formato de arquivo que baixei hoje. 

4. Prefere ler sagas ou livros únicos?
Não faço distinção na hora de comprar, mas confesso que tenho uma ligeira preferência pelas sagas, coisa pouca. É porque eu costumo me afeiçoar aos personagens, e a saga faz com que eu possa acompanha-los por mais tempo. Em um livro único, eles vão embora mais rápido e me deixam com saudades. 

5. Já deixou ou esqueceu de fazer algo de tão concentrada que estava na leitura? 
Já. Já perdi muito pontos por estar lendo no ônibus, perdi discussões acaloradas no ambiente onde estou lendo (quando leio em ambientes públicos) e já perdi a hora de sair da aula. A aula acabou, todos foram embora e eu fiquei na sala, até o zelador vir fechar e me pedir para sair. 



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

[Resenha] Filha do sangue

TROISI, Licia. Filha do sangue. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. 255p. (Lendas do Mundo Emerso, v.2).

RESENHA
por Juliana R. Santos

Esta resenha é referente à continuação do livro O Destino de Adhara. Se você ainda não o leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história do livro. 

    E neste segundo volume da trilogia, continuamos a acompanhar a jornada de Adhara, agora já consciente de seu passado, em sua aventura pelo Mundo Emerso com o objetivo de salvar seu amado Amhal de si mesmo. Porém, sua jornada não será nada fácil, em um mundo onde a peste se espalha desenfreadamente, provocando pânico e barbárie entre a população, ao mesmo tempo em que uma nova guerra ameaça terminar a destruição do mundo como é conhecido. 

     Quem se desagradou com o livro anterior por achar que ele tinha muito drama e pouca ação, já pode comemorar pois, neste volume, a ação aumenta com o início da invasão anunciada anteriormente. Então há mais cenas de guerra e lutas, com personagens que estiveram apagados ganhando um espaço maior na trama, como a rainha Dubhe,  os príncipes Amina e Kalth, e o vilão Kriss que se mostra cada vez mais perverso em seus planos de conquista. Amhal e San também permanecem na história, ainda como os vermes covardes e fracos de espírito que são. (Congratulo a autora por criar os dois personagens mais desprezíveis e odiáveis que já li). Porém, o foco principal da história é centrado em Adhara que, desta vez, busca pela cura para um mal súbito que passou a atingi-la recentemente. Para isso ela terá de contar com a ajuda de seu algoz e criador Adrass, que parece ser a única esperança da jovem de voltar a ter total controle sob seu corpo. 

   O livro contém elementos que lembram um pouco Frankstein, principalmente no que diz respeito á origem de Adhara e no sentimento da personagem que se compara muitas vezes ao monstro de Mary Shelley ao tentar conseguir aceitação entre as pessoas comuns. Com esse comentário, dá pra perceber que os personagens continuam sendo bastante complexos e profundos, o que dá mais intensidade e um certo drama à narrativa, mas não a ponto de torná-la chata.

  Assim como fiz com o primeiro volume, recomendo a leitura desta continuação. A narrativa segue em um ritmo emocionante de tirar o fôlego, que torna quase impossível largar o livro. Com relação à romance, diferente do volume anterior, este deixa um pouco a desejar, mas ele compensa com outros aspectos, como nas relações entre pais e filhos e entre familiares em geral. Além disso, o livro possui bem mais ação, enquanto a guerra pelo Mundo Emerso prossegue com poucas esperanças de vitória para seus habitantes, dosada com um pouco de magia e misticismo que tornam a história bastante interessante, e deixam os leitores curiosos pela continuação da saga. 

sábado, 25 de janeiro de 2014

[Fotos] Iniciativa "Esqueça um livro"

O Marcador de livros, feito por mim (por isso ficou meio tosquinho), acompanhou todos os livros "esquecidos". Foram quatro modelos de marcador, cada um com um dizer diferente. Este é um deles, com frase de George R. R. Martin!
 Os quatro modelos de marcadores, com frases de Joseph Addison, George Martin, Bill Gates e Jorge Luis Borges.
A Diáspora na diáspora, livro de Ailton Benedito de Sousa, foi esquecido em um ponto de ônibus na Rua Conde de Bonfim, próximo à Praça Saens Peña, na Tijuca, Rio de Janeiro.

A coleção Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, esquecido na Praça Saens Peña, Tijuca, Rio de Janeiro.

Um último olhar de despedida para as Brumas de Avalon. Adeus meu queridos, espero que vocês façam alguém tão feliz quanto me fizeram! 

O Imortal, de Mário Feijó, esquecido em uma das áreas de piquenique da Quinta da Boa Vista, parque público do Rio de Janeiro.

Terra de Sombras, um dos livros da coleção Os Imortais de Alyson Noël, esquecido próximo ao Museu Nacional da Quinta da Boa Vista!

E em outro ponto da Quinta da Boa Vista, o livro Lua Azul, também da coleção Os Imortais, ficou a esperar um novo dono!

Um último olhar de Adeus!

Chama Negra, livro da mesma coleção dos dois livros anteriores, esquecido em outro lugar da Quinta da Boa Vista.

Orgulhosa demais, frágil demais: a vida de Maria Callas, escrito por Alfonso Signorini, foi o último livro esquecido na Quinta da Boa Vista!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Iniciativa "Esqueça um Livro"

Olá amigos leitores!

   Hoje vim falar sobre uma iniciativa super-legal do Felipe Brandão, chama-se Esqueça um livro e incentiva leitores a "esquecer" alguns livros pela cidade neste dia 25 de janeiro. A intenção é que, a partir deste ano, todo dia 25/01 seja dia de passar um livro adiante. Em São Paulo, o projeto já conta com o apoio do site Catraca Livre e editoras como a Companhia das Letras, Editora Arqueiro, Editora Planeta, entre outras, que também contribuíram enviando livros para serem "abandonados" pela Avenida Paulista.  A iniciativa também foi notícia no Estadão do dia 18/01. (à esquerda)
  
  Interessante, não? Que tal fazer também na sua cidade? Eu, mais do que ninguém, sei o quanto é difícil deixar de lado alguns de nossos amados livros. Mas se é para disseminar a leitura, fazer com que cada vez mais pessoas leiam, então vale a pena, não é? Além disso, você pode escolher um livro da sua estante que você tenha lido e não gostou tanto, ou aquele livro que você comprou por impulso, mas chegou à conclusão de que nunca vai ler, ou quem sabe aquele livro que você ganhou de presente, mas já tinha um exemplar... Não importa, o importante é contribuir para que mais pessoas possam também conhecer essa experiência maravilhosa que é mergulhar nesses incríveis mundos que encontramos nos livros. 

Como bibliotecária, mesmo que a apenas 1 mês e ainda não exercendo, sinto-me na obrigação de apoiar iniciativas que busquem incentivar e disseminar a leitura! Então estarei abandonando 10 exemplares em lugares públicos do Rio de Janeiro, mais especificamente em parques e praças da Tijuca, Vila e Isabel e São Cristóvão (mais perto de onde eu moro, rsrs). Amanhã postarei as fotos dos livros abandonados pela cidade! E então? Vai participar também? Compartilhe as fotos: poste em seu blog ou página,
 ou me envie por e-mail  que eu posto por aqui (deixei e-mail no final da postagem). Não se esqueça de deixar um recadinho para o sortudo que encontrar o livro "esquecido"!

Os livros a serem abandonados (talvez até amanhã surjam mais alguns):


  1. FEIJÓ, Mário. O Imortal. São Paulo: Moderna, 1997.
  2. SOUSA, Ailton  Benedito de. A Diáspora na diáspora. Rio de Janeiro: Europa, 2011. 
  3. SIGNORINI, Alfonso. Orgulhosa demais, frágil demais: a vida de Maria Callas. Rio de Janeiro: Record, 2009. 
  4. NOËL, Alyson. Lua Azul. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010. (Os Imortais, v.2)
  5. ______. Terra de Sombras. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010. (Os Imortais, v.3)
  6. ______. Chama Negra. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2011. (Os Imortais, v.4)
  7. BRADLEY, Marion Zimmer. A Senhora da magia. Rio de Janeiro: Imago, 2008. (As Brumas de Avalon, v.1)
  8. ______. A Grande Rainha. Rio de Janeiro: Imago, 2008. (As Brumas de Avalon, v.2)
  9. ______. O Gamo-rei. Rio de Janeiro: Imago, 2008. (As Brumas de Avalon, v.3)
  10. ______. O Prisioneiro da árvore. Rio de Janeiro: Imago, 2008. (As Brumas de Avalon, v.4)

Animados para participar do Projeto? Eu estou! Para quem quiser mandar as fotos para serem postadas aqui, meu e-mail é: jrs_july@hotmail.com. 

Grande abraço a todos, e até a postagem de amanhã!






quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

[Resenha] O Destino de Adhara

TROISI, Licia. O Destino de Adhara. Rio de Janeiro: Rocco, 2011. 400 p. (Lendas do Mundo Emerso, v.1)

RESENHA
por Juliana R. Santos

  A história do livro se passa no mesmo ambiente que as trilogias anteriores da autora: Guerras do Mundo Emerso e Crônicas do Mundo Emerso, porém em um tempo diferente, com 50 anos passados desde os eventos ocorridos no primeiro e 100 anos após o segundo (o primeiro e o segundo citados, não a primeira e segunda trilogia, Crônicas do Mundo Emerso vem antes). Sendo assim, o livro é uma espécie de continuação, com alguns personagens de outras trilogias, agora em idade avançada, aparecendo nesta nova série. Para os que ainda não leram, sugiro que comecem a leitura pelas Crônicas do Mundo Emerso, em seguida leiam as Guerras do Mundo Emerso, para só então ler as Lendas do Mundo Emerso. Faz tempo que li as séries anteriores, mas posso adiantar que gostei bastante de todos os livros. 
Capa - Editora Rocco

  Para quem não sabe, o Mundo Emerso é um mundo habitado por Humanos, Ninfas, Gnomos e Dragões, sendo o últimos, parte da famosa ordem dos Cavaleiros de Dragão, defensores da paz e da justiça. O Mundo é dividido em oito reinos: Terra do Vento, Terra da Água, Terra do Mar, Terra do Sol, Terra dos Dias, Terra da Noite, Terra dos Rochedos, Terra do Fogo e a Grande Terra, território neutro entre os reinos. Cada uma dessas Terras tem suas particularidades que são explicadas com mais detalhes na primeira trilogia.

  Bem, passando essa breve introdução, vamos à história propriamente dita. O livro narra a história de Adhara, uma jovem que acorda sobre um gramado sem nenhuma memória sobre si, não conseguindo se lembrar nem mesmo de seu rosto ou de seu nome. Ela segue suas andanças, movida por seus instintos, enquanto busca descobrir quem ela é e como foi parar naquele lugar onde acordou. Em suas andanças ela conhece Amhal, um jovem Cavaleiro de Dragão que tenta ajudá-la em sua busca pelo passado. 

  Durante as viagens de Adhara e Amhal, percebe-se o aparecimento de uma nova e mortal doença, que ameaça se espalhar por todo o Mundo Emerso, preocupando regentes de todos os reinos, e levando a população a um estado de selvageria provocado pelo pânico. 

  Logo no início da narrativa, também somos apresentados a personagens um tanto obscuros, definidos como Kriss e O Homem de Preto. Pelo tom das conversas, pode-se adivinhar que esses personagens seriam os antagonistas da narrativa, mas muito pouco é revelado sobre eles. Também participam do livro personagens já conhecidos por quem já leu as outras obras da autora, como Dubhe, Learco, San e Theana.

  O livro é bastante interessante, a história tem um ritmo bem rápido e faz com que o leitor não consiga parar de ler, em sua curiosidade de saber o que acontecerá em seguida. A narrativa segue bastante agradável até quase a metade,  quando acompanhamos os personagens em suas descobertas. Porém, a partir dai, a trama começa a se complicar cada vez mais, deixando os leitores angustiados a medida que a situação do Mundo parece se complicar cada vez mais, com cada vez menos esperanças de melhoria. 

   Posso dizer que o livro me afetou sobremaneira, foi o primeiro livro que me fez molhar os olhos. Não cheguei a chorar, acho que nunca li um livro ou filme que tenha me feito chorar. Não falo isso com intenção de me gabar, apenas procuro ressaltar o quanto a história me afetou a ponto de me fazer chegar a esse estado. O motivo disso, além da decadência prolongada do mundo onde a história se passa, está em três fatores, que geralmente são as coisas que mais me provocam raiva em uma história, e nesse livro as três coisas ocorrem, de forma combinada, me levando a um estado de frustração que eu nunca havia sentido. Tive vontade, muitas vezes, de interferir na história, de pegar os personagens e sacudí-los até vê-los voltar à razão. Quais são esses fatores? Acho que é melhor eu não disser, isso poderia ser considerado Spoil...  Tá bom, eu quero dizer o que é... Então, para evitar revelar aspectos da trama para quem não quer, vou deixar a resposta escondida, quem quiser ver, sinta-se à vontade, é só passar o cursor sobre o texto em vermelho, mas esteja avisado sobre spoils. Os  fatores que me deixaram louca de raiva foram: Traição, Manipulação de personagens para fazê-los agir de forma diferente do que fariam normalmente, e a morte de bons personagens sem propósito e deixadas sem vingança. Sim, eu sou vingativa.

  Apesar dos pesares eu gostei muito do livro, e recomendo àqueles que gostam de aventura, com presença de magias e objetos mágicos, uma boa dose de drama e uma pitada bem colocada de romance. Os personagens, assim como o Mundo onde a trama é ambientada, são bem desenvolvidos, com a dose certa de profundidade e complexidade. O livro é excelente, consegue envolver o leitor, fazendo-o rejubilar-se com as vitórias dos personagens e entristecer-se com suas perdas, que não são poucas. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

[Conservação de livros] Manuseio parte II

Olá amigos leitores!

   Continuando a postagem da semana passada sobre conservação de livros, hoje vamos falar um pouco mais sobre como manusear os livros de forma que eles possam durar mais, sem que para isso você tenha que deixar de lê-los. Para quem não leu a última postagem, segue o link aqui

   Só para relembrar: Na semana passada as dicas foram para evitar esmaltes escuros; não comer ou beber perto dos livros; ter aos mãos limpas e secas ao ler; não molhar os dedos com saliva para passar as páginas; e não dobrar as páginas, se precisar marcar um livro use um marcador ou um pedaço de papel em branco (se o papel for colorido, ou tiver alguma coisa impressa nele, dependendo do tipo de impressão, com o tempo, ele poderá soltar tinta no livro). Também relembramos algumas dicas de como dispor os livros na estante e como retirá-los sem causar danos, a postagem original falando sobre estantes pode ser acessada aqui. Bem, já chega de relembranças, vamos às dicas de hoje, sem mais enrolação.

  • Quando for dar uma pausa da leitura, não deixei o livro aberto, feche-o, marcando-o se necessário. Deixar o livro aberto pode vincar e até mesmo quebrar (no caso das capas duras) as lombadas , deixando-os com aquelas linhas no meio, que às vezes dificultam ler o título impresso ali. Lombadas vincadas também podem dificultar que o livro fique retinho na estante, alinhado com os demais. Então, nada de preguiça, fechar o livro para abrir de novo não custa nada.

Lombada vincada
  • Quando estiver lendo, procure apoiar o livro com as duas mãos, evitando abri-los num ângulo maior do que 100º. Pode ser um pouco desconfortável ter que segurar o livro com as duas mãos e não abri-los tanto quanto possível, mas essas atitudes evitam que se danifique as lombadas, fazendo com que elas fiquem mais lisas e sem vincos, além disso, não correm o risco de se descolar dos livros, o que dificultaria o manuseio. 

NUNCA ABRA O LIVRO ASSIM! (e sim, estou gritando)
  • Se você quer ver qualquer bibliotecário ou bibliófilo agonizando de dor, basta dobrar as páginas do livro para trás enquanto lê (como na imagem). Essa atitude pode até tornar a leitura mais confortável, mas ela pode entortar as capas e páginas permanentemente, e pode, na melhor das hipóteses vincar profundamente as lombadas, o mais comum é que essa atitude, se repetida com frequência, arranque a lombada e, até mesmo, danifique as encadernações, deixando o livro "capenga" com os cadernos caindo enquanto você lê. NUNCA ABRA O LIVRO ASSIM!


  • Ao ler em lugares públicos, procure apoiar os livros com as mãos ou no colo. Não apoie em mesas, principalmente não nas de pedra, que encontramos frequentemente nas praças. Você não sabe o que havia na mesa antes de você se sentar nela, é até uma questão de higiene evitar apoiar coisas. A mesa pode estar úmida ou grudenta por alguma coisa derramada ali, ou pode estar suja de gordura que manchará as páginas, e manchas de gordura no papel são praticamente impossíveis de limpar. As mesas de pedra, além dos motivos que mencionei, são ainda piores, pois elas soltam aqueles pozinhos de pedra que podem arranhar a capa e ficar no livro, e se não forem limpas logo, podem "granular" as páginas e/ou a capa, deixando-as cheias de altos e baixos relevos.

  • Quando for levar o livro para ambientes muito sujos ou com muita poeira, procure embalá-los com um saquinho plástico (transparente, não coloridos, para não soltar tinta no livro) ou de pano, para protegê-los da poeira. Pode parecer uma precaução exagerada, mas a exposição prolongada a poeira ou poluição pode realmente sujar os livros, manchando principalmente os cortes, causando inclusive, problemas respiratórios. Então se você costuma ler na beira de vias movimentadas, ou sua casa está em obra, mantenha-os em saquinhos. 

Acredito serem estas, todas as dicas que eu tinha para hoje. Se eu lembrar de mais alguma, fica para a próxima postagem. Até semana que vem, com mais dicas de como conservar bem os seus livros. 

*Nenhum livro novo foi danificado para a realização dessas fotos, o livro que serve de modelo para as fotos foi comprado já em más condições em um sebo, somente para a realização dessas fotos. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Sarau

Olá amigos leitores,

   Bem, estou de volta de viagem, e voltando a postar normalmente a partir de hoje. Para recomeçar as postagens, resolvi dividir com vocês os registros de um sarau que fiz no último ano com algumas amigas.

  Para quem não sabe, sarau, segundo o dicionário Michaelis é uma "Reunião de pessoas amantes das letras, para recitação e audição de trabalhos em prosa ou verso." Também existem saraus musicais, mas este não é o caso aqui. No nosso caso, chamamos de sarau, reuniões entre amigos para dividir trechos interessantes de livros, textos escritos por nós mesmos, ou até para cantar alguma canção de que gostemos, uma coisa bem livre e espontânea, e muito divertida. Para quem nunca fez nada parecido, eu recomendo, é uma experiência muitíssimo agradável! 

   Este sarau a que me refiro aconteceu em agosto de 2013 e, infelizmente, não pôde ser tão longo quanto eu gostaria que fosse, mas ainda assim teve um resultado bastante interessante, com ótimos textos lidos e uma música cantada pela metade (porque a menina que tocava ficou com vergonha no meio da música e parou de tocar). Todos os trechos lidos, que citarei aqui, podem ser acessados clicando em seus títulos. 

   Como foi minha a ideia do sarau, acharam que era justo que eu começasse as leituras. Então, para iniciar as coisas com um ar animado, comecei com a crônica do saudoso Millôr Fernandes, Sorumbático. Quem já leu a crônica sabe o quanto ela é engraçada, mas para quem ainda não leu, o arquivo pode ser acessado clicando no título (A crônica contém palavrões). A seguir foi a vez da Clara (nome fictícia, pois não sei se esta amiga me permitiria revelar o nome dela aqui no blog), que leu um trecho do capítulo 17 do livro A Sombra do súcubo da autora Richelle Mead. Depois disso, Cínthia (também fictício, pelo mesmo motivo) leu um conto retirado do livro Contos brasileiros contemporâneos, entitulado Nunca é tarde, sempre é tarde do autor Silvio Fiorani. Enfim, foi a vez da Rafaela (também fictício, vocês já entenderam, né?) que, como amante que é de Neil Gaiman, não podia deixar de ler pelo menos um trecho do autor. E o trecho escolhido foi retirado do capítulo 10 de Oceano no fim do caminho, o livro mais recente do autor. Assim, enncerrou-se a primeira rodada do sarau, e eu novamente tomava a palavra. Desta vez, optei por um conto curto do livro Branca dos Mortos e os sete zumbis. O conto escolhido foi O Fim de quase todas as coisas, último conto do livro. 

   O mais interessante sobre um sarau, é o fato de que cada um leva o que mais gosta para dividir, sem julgamento ou censura. O que é uma forma de amigos conhecerem melhor uns aos outros, além de ser uma forma de conhecer novas obras. Algumas de nós, por exemplo, não conhecíamos os Contos de Beedle, o bardo, escrito pela escritora J.K. Rowlind sobre o mundo de Harry Potter. O livro trata de história populares e lendas conhecidas entre bruxos, e Clara, grande fã da série, leu-nos O Conto dos três irmãos,, extraído do livro. A seguir, for a vez de nos perdermos em meio às palavras, com um dos Circuitos fechados de Ricardo Ramos, lido pela Cínthia. 

   Para variar um pouco das leituras, Rafaela pegou seu violão para nos distrairmos com uma música. A canção escolhida foi Ela é carioca de Tom Jobim, cuja letra pode ser acessada clicando aqui. Perto do fim do sarau, foi minha vez novamente. Desta vez, escolhi um trecho do livro Azincourt de Bernard Cornwell (o livro já foi resenhado no blog, e você pode acessar a resenha clicando aqui). Trata-se do discurso do rei Henrique V antes do início do embate que ficou conhecido como a Batalha de Azincourt. Continuando, poderia-se julgar o quão bom é o livro de Neil Gaiman, pelas escolhas feitas para o sarau, pois novamente foi lido um trecho de Oceano no fim do caminho, desta vez o primeiro capítulo, onde o protagonista fala sobre sua infância ao lado de seu amado gatinho e o sentimento que se segue à sua perda. Quem leu o trecho foi a Clara. Infelizmente, a hora já era avançada ao fim da leitura do capítulo, e fomos forçadas a encerrar o sarau que, mesmo curto, foi interessante e agradabilíssimo.
de Bernard Cornwell (o livro já foi resenhado no blog, e você pode acessar a resenha clicando aqui).

Abaixo segue a lista dos trechos lidos, com seus respectivos links:

  • SORUMBÁTICO - FERNANDES, Millôr. Sorumbático. [S.l.:s.n.], 19--?
  • SONHOS - MEAD, Richelle. A Sombra do súcubo. São Paulo: Essência, 2012. Cap. 17.
  • NUNCA É TARDE, SEMPRE É TARDE - FIORANI, Silvio. Nunca é tarde, sempre é tarde. In: LADEIRA, Julieta de Godoy (Org.). Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna, 2005. p. 139-141.
  • MONSTROS, MEDOS E ADULTOS - GAIMAN, Neil. O Oceano no fim do caminho. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. Cap. 10 p. 90-91
  • O FIM DE QUASE TODAS AS COISAS - FOBIYA, Abu. O Fim de quase todas as coisas. In: ______. Branca dos Mortos e os sete zumbis. Curitiba: Nerdbooks, 2012. P. 231-235.
  • O CONTOS DOS TRÊS IRMÃOS - ROWLING, J. K. O Conto dos três irmãos. In: ______. Os Contos de Beedle, o bardo. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. p. 85-91.
  • CIRCUITO FECHADO - RAMOS, Ricardo. Circuito fechado (4). In: LADEIRA, Julieta de Godoy. Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Morderna, 2005. p. 128-129.
  • O DISCURSO DO REI - CORNWELL, Bernard. Azincourt. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 354-356.
  • O MENINO E O GATINHO - GAIMAN, Neil. O Oceano no fim do caminho. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. Cap. 1. p. 17-21.
Espero que tenham gostado da postagem! Uma boa tarde e até amanhã!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

[Divulgação] Sorteio

Olá amigos leitores,

Quem leu a última resenha, sabe que nesta segunda-feira (hoje, rs) eu não estou na cidade, então não foi possível preparar uma resenha para postar, como é costume para as segundas-feiras. Mas, não querendo deixar o dia em branco, sem postagens. Resolvi compartilhar uma oportunidade que pode ser que interesse a alguns. Sei que não tem muito a ver com o tema do blog, mas ainda é melhor do que postagem nenhuma. Ou não? 

Quem ai já viu aqueles produtor personalizados com jateamento? Taças, espátulas, canecas, e uma porção de outras coisas. Geralmente são uma boa pedida para casamentos, para presentear noivos, ou para dar de presente  de bodas, ou até de aniversário. 



Pois bem, a Flor de Prata Lembranças, em parceria com o blog #Vou me Casar, está promovendo um sorteio de um par de taças personalizadas. Você usar para aquele momento romântico com aquela pessoa especial, para o seu casamento, para presentear algum amigo, enfim, para qualquer coisa que queira. E para participar é muito fácil, basta acessar a postagem "Sorteioooo!" no blog  #Vou me Casar e deixar nos comentários o seu nome, as iniciais que gostaria de gravar, a cidade onde reside e o e-mail para contato. As inscrições irão até as 9h do dia 06 de fevereiro e o sorteio será realizado no dia 07 de fevereiro através do Random.org

Para participar você deve:
  1. Residir no Brasil;
  2. Seguir o blog #Vou me Casar;
  3. Seguir o blog da marca Flor de Prata Lembranças;
  4. Deixar nome, inicias que deseja gravar, cidade onde reside e e-mail para contato nos comentários da postagem no blog #Vou me Casar. 
Você também pode conseguir uma chance extra divulgando o sorteio no seu blog (e não, eu não to participando do sorteio).

Desejo boa-sorte a todos os que forem participar! 

PS: E desculpem por ter fugido um pouco ao assunto que este blog se propõe a falar, prometo que isso não se tornará um hábito. 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

[Resenha] O Conquistador

Sei que sextas-feiras não costumam ser dias de resenhas. A princípio, o programado era postar uma resenha segunda e outra na quinta (as resenhas desta semana podem ser acessadas aqui). Porém, na próxima segunda-feira, 20/01, é feriado em minha cidade e estarei indo viajar pelo fim de semana. Por este motivo, não postarei nenhuma resenha neste dia, então estou adiantando para hoje, a resenha que seria postada na segunda. Peço desculpas pela ausência e espero que compreendam! Agora vamos à resenha!


IGGULDEN, Conn. Conquistador. Rio de Janeiro: Record, 2012; 518 p. (O Conquistador, v.5)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Esta resenha é referente à continuação dos livros O Lobo das planícies, Os Senhores do arco, Os Ossos das colinas e Império da prata. Se você ainda não os leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história dos livros. 


Capa - Editora Record
   Finalmente chegamos ao último livro da série O Conquistador, que narra a formação do povo mongol, desde seu início com Gênghis Khan até o seu auge com Kublai Khan, passando por inúmeras guerras, invasões e conflitos internos. Este volume, homônimo da série, narra os anos posteriores à morte de Ogedai Khan, e os vários líderes que assumiram o posto de Grande cã, até que o poder se estabilizasse na mão de Kublai. 


    Quem já leu os livros anteriores deve se lembrar que Kublai era o segundo filho de Tolui e neto de Gênghis Khan. O personagem começa a trama como um jovem erudito, um estudioso dedicado da cultura chinesa e da ainda breve história de seu povo. Em oposição ao caráter ponderado de Kublai, seu irmão Mongke é um guerreiro, endurecido pelas batalhas, possui lealdade de ferro para com seu líder e despreza veementemente a crescente influência chinesa em seu povo, cultura que ele julga "mole" e fraca. Por seus pontos de vista totalmente opostos, os atritos entre os irmãos são frequentes, ao menos até a metade do livro. Apesar disso, Mongke desempenha um papel essencial no desenvolvimento de Kublai, que o levou a chegar onde chegou. 

   Neste volume, o destaque maior, tanto na narrativa como entre o povo mongol em si, vai para os filhos de Tolui, os irmãos Mongke, Kublai, Hulagu e Arik Boke, sendo o foco narrativo dividido entre estes, Ghuyuk e Batu, que também têm alguma importância devido às elevadas posições que ocupam, e o derrotado imperador Jin. Sorhatani, que no livro anterior é uma personagem forte e presente, perde um pouco da importância após ter contribuído grandemente para a ascensão dos seus quatro filhos. 

  A despeito das questões políticas enfrentadas pelo povo, as invasões são retomadas, sendo enviados exércitos para o Oriente Médio, comandados por Hulagu, que dominam cidades como Bagdá e a fortaleza dos hassassins em Alamut; e para a China, comandados por Kublai, com o objetivo de conquistar o que ficou por ser conquistado, ou seja, o império Sung (A China era dividida entre Xixias, Jins e Sungs). As invasões proporcionam ao leitor, além de mais batalhas intensas, vislumbrar um pouco mais das duas culturas, o que é bastante interessante. Entre os personagens de destaque, Kublai é o que tem maior desenvolvimento, mostrando que além de um grande estudioso e erudito, ele também pode ser um excelente  comandante e estrategista, sendo a história de seu povo, muito útil em alguns momentos de sua campanha. 


  Como seus antecessores, este livro é muito bom. Para quem gosta de guerras e estratégias, as invasões e a guerra civil entre mongóis oferecem um prato cheio, dando ao livro um ritmo acelerado, apesar das questões políticas que desaceleram um pouco a trama, mas não são tão abundantes. Há também algumas passagens, que eu considerei desnecessárias onde o autor narra trechos passados na fortaleza de Alamut envolvendo o líder dos hassassins e um jovem problemático (Hassan), atormentado pelo primeiro. Esses trechos não contribuem em nada para a história, e não são nem ao menos interessantes de ler. Apesar disso, o livro é excelente, fechando a série com chave de ouro e deixando os leitores com saudade da vida entre este povo nômade que, contra todas as suspeitas, e a despeito de sua cultura simples e rude, conquistou boa parte do mundo com suas estratégias e modo de luta singular. 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

[Resenha] Império da prata

IGGULDEN, Conn. Império da prata. Rio de Janeiro: Record, 2011. 405 p. (O Conquistador, v.4)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Esta resenha é referente à continuação dos livros O Lobo das planícies, Os Senhores do arco e Os Ossos das colinas. Se você ainda não os leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história dos livros. 

Capa - Editora Record
  Enquanto Os Ossos das colinas foi, em minha modesta opinião, o melhor livro da série, Império da prata foi o pior. Não me entendam mal, não é que seja um livro ruim, foi apenas que eu considerei o livro o mais fraco dos cinco. A história ocorre durante o período de governo de Ogedai Khan, após a morte de seu pai e grande líder da nação, Gênghis Khan. 

   A trama começa com a finalização da construção de Karakorum, a primeira cidade mongol. Como o povo da Mongólia era nômade, não haviam cidades até então, o povo habitava iurtas e se movimentava constantemente, dessa forma, não existiam cidades fixas como conhecemos, feitas de pedra ou madeira. A cidade, por si só, é uma influência da cultura dos povos invadidos, até então, os chineses e os persas, tendo a cidade, características das duas culturas, mas, principalmente, da chinesa. Apesar de ser herdeiro escolhido por Gênghis, Ogedai ainda encontra resistências a seu poder, em especial vindas de seu irmão, Chagatai, mas ele conta com a ajuda de seus tios Khasar e Kachium, para lutar contra esta oposição e tentar permanecer como Grande cã da nação. Mesmo assim, Ogedai deixa a desejar como líder, não sendo tão forte quanto o antecessor, o que faz com que o personagem não seja tão interessante para o leitor. 

  Além dos personagens já presentes na trama, há novos que aparecem, ou ganham mais destaque neste novo volume, entre eles citamos Batu, o filho bastardo de Jochi; Ghuyuk, filho de Ogedai; Tolui, filho mais jovem de Gênghis e Borte; o general Tsubodai; e, surpreendentemente, Sorhatani, esposa de Tolui. Digo que o fato de Sorhatani ter destaque nas histórias é surpreendente, pois, até então, os personagens de destaque eram, predominantemente masculinos, o que é bastante aceitável, já que o livro trata de guerras e de uma sociedade patriarcal, onde as mulheres tinham pouco ou nenhum poder de decisão, podendo inclusive ser trocadas ou "emprestadas" (isso é mostrado durante o segundo volume Senhores do arco). Neste cenário, a esposa de Tolui se ergue como uma mulher forte e decidida, disposta a qualquer sacrifício para o bem de sua família. A personagem foi, de fato, uma surpresa muito agradável, tornando a história mais interessante, uma demonstração de força inesperada, que supera até o líder da nação, que, como eu falei, é um tanto fraco. 

   O livro traz também algumas cenas de batalhas e conquistas, é neste volume que começam a ser narradas a expansões mongóis rumo à Europa. Nesse contexto, o general e grande estrategista Tsubodai também ganha algum destaque, porém, o personagem não foi aprofundado como poderia, sendo mostrado de forma um tanto superficial, deixando o leitor com a sensação de que faltou alguma coisa. 

  Como os volumes anteriores, o livro é mais um livro de ação do que de sentimentos, então é bastante desencorajado para leitores que buscam romances. Por outro lado, para os que procuram narrativas de guerra, estratégias de combate e disputas de poder, este volume oferece um prato cheio, apesar de eu te achado que as batalhas deste livro foram um pouco menos intensas do que as dos anteriores, fato que foi compensado pelas estratégias muito bem calculadas utilizadas para derrubar, uma a uma, as diversas nações que tiveram o azar de enfrentar os exércitos mongóis. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

[Conservação de livros] Manuseio

  No artigo de hoje da nossa seção de conservação de livros falaremos sobre a maior fonte de degradação de livros e, também, a mais difícil de evitar: a ação humana! Não falo aqui sobre atitudes de vandalismo, é claro que essas também causam enormes estragos, mas do manuseio diário que também danifica os livros, em maior ou menor grau. Para evitar essa degradação são necessários alguns cuidados. 

  Em tópicos anteriores, já tratei sobre a disposição de livros nas estantes (se você ainda não leu, pode ler aqui) e aproveito para reforçar alguns pontos: evite "espremer" os livros na estante, deixe sempre um espaço entre eles, pois livros muito juntos podem ter páginas e capas amassadas ou sofrer deformações, ficando com a lombada ligeiramente inclinada, além de dificultar a retirada de um exemplar da estante. E este é outro ponto que vale a pena ressaltar: nunca puxe o livro pela parte superior da lombada. Para retirá-lo, empurre os livros das laterais, enquanto puxa pelo centro da lombada. Como mostrado na imagem. 
Como retirar um livro da estante. 

  Agora, falando especificamente do manuseio e leitura dos livros, há alguns cuidados que se deve tomar para fazer com que seus exemplares durem mais. Abaixo seguem algumas dessas dicas:

  • Evite comer ou beber enquanto lê. Além do risco de derramar algo sobre as páginas, você pode deixar cair partículas de comida ou gotículas de líquido sobre o papel. O líquido pode danificar as fibras do papel, tornando-as enrugadas, enquanto as partículas de comida, além de escurecer e engordurar o papel, podem atrair insetos como baratas, traças, brocas e cupins, que poderão destruir as páginas, encadernações e capas. 

  • Esmaltes escuros podem ser muito bonitos, mas se você costuma ler com frequência, EVITE. Ao correr os dedos pelo livro, você pode acabar roçando as unhas pelo papel e deixar parte da cor nele. Então, se você gosta de ler e manter seus livros limpos, dê preferência a cores de esmalte claros (ou não pinte as unhas, também funciona).

  • NUNCA marque a página em que você parou dobrando-a. Com o tempo, isto danificará as fibras do papel, fazendo com que a dobra seja irreversível, podendo até mesmo "quebrar" o papel. E ninguém quer um livro com páginas rasgadas, não é mesmo? Se você sentir a necessidade de marcar a página que parou, use um marcador, uma fita ou pedaço de papel, eles terão a mesma utilidade, mas não danificarão as folhas.                     

  • Procure ter aos mãos limpas e secas ao pegar em livros,  deixando-as livres de cremes e/ou gorduras. Então, se você acabou de usar aos mãos para comer alguma coisa ou se usou algum creme ou hidratante, lave-as antes de ler. 

  • Não molhe os dedos com saliva para folhear os livros, a saliva é tão nociva ao papel quanto a água, e pode enrugar as bordas do livro. (falou-se sobre os danos provocados pela água nas postagens sobre umidade e cuidados gerais).  

Vou encerrar a postagem por aqui, para que não fique um texto muito longo e chato. Mas na semana que vem, continuaremos  com mais dicas de manuseio. Novamente, a maior parte das dicas depende apenas de bom-senso, mas espero que, mesmo assim, elas possam ser úteis. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

[Conto] Até as histórias nunca escritas

Esse conto, que eu adorei, não foi escrito por mim, mas pela Ticiane Faria do blog Bibliophiliarium. Como eu gostei demais do conto, achei uma boa idéia dividir com vocês, espero que gostem tanto quanto eu gostei. E não fiquem com preguiça de ler não, ele não é tão grande assim, e vale a pena cada minuto perdido na leitura. 


ATÉ AS HISTÓRIAS NUNCA ESCRITAS
por Ticiane Faria


À primeira vista parecia uma catedral gótica, mas o letreiro perto da entrada arqueada dizia: "Bibliophiliarium: até as histórias nunca escritas". Uma biblioteca, talvez?, pensou o menino e a curiosidade o impulsionou a entrar. Ele atravessou a entrada, chegou a um balcão em passos silenciosos e observou a jovem figura da bibliotecária, que remexia em papéis envelhecidos com um sorriso à la Mona Lisa que nunca parecia lhe deixar o rosto. O menino pigarreou para indicar sua presença. 

 Bem-vindo!  disse ela após uma rápida avaliação do visitante.  Em que posso ajudá-lo? 

Ele tinha olhos inquietos que tentavam assimilar cada pequeno pedaço da gigantesca biblioteca. Parecia impressionado, assustado e contrariado, como quem luta para decifrar um enigma ou entender um paradoxo. 

 Onde estão os livros?  finalmente perguntou. 

A bibliotecária demonstrou ligeira afetação. Ajeitou os cabelos negros que lhe caiam nos olhos e voltou-se para os infindáveis corredores repletos de estantes vazias. 

 Você não os vê? 

O menino negou com um balanço de cabeça, tímido. Então a bibliotecária deixou sua posição atrás do balcão, pousou uma mão gentilmente no ombro do visitante e inclinou a cabeça para cima. Do alto teto da biblioteca pendiam gaiolas de variadas formas e tamanhos. Muitas. Formavam um mar que encobria toda a abóbada. Algumas rangiam sinistramente, e um bater de asas era sempre presente, mesmo que nenhuma ave pudesse ser vista. 

 Você deve ter muitos pássaros  comentou o menino, que também tinha olhado para cima. 

O sorriso da bibliotecária se alargou, mas ela negou com a cabeça, dizendo:

 Pássaros odeiam gaiolas.

 Então o que...?

– O que são livros, pequeno?  perguntou a jovem de repente, interrompendo-o.

 Histórias?  arriscou ele.

 E o que são histórias? 

Silêncio. A essa pergunta o menino não tinha uma resposta pronta. A bibliotecária começou a caminhas em direção aos corredores e fez um movimento para que o visitante a seguisse.

 Sentimentos. Sonhos. Esperanças  começou ela.  Histórias são tudo isso e muito mais. Por trás de cada imagem, objeto ou canção há uma história. Até as pessoas são feitas de histórias.  A bibliotecária fez uma pausa antes de continuar.  Histórias machucam, ensinam, transformam. São como o ar. Não podem ser vistas, tocadas ou saboreadas. Mas estão em todos os cantos, à espreita, invadindo corpos para enchê-los de vida. Ninguém vive sem histórias. 

A bibliotecária fez uma nova pausa. Girou nos calcanhares e fitou o pequeno visitante com os olhos cheios de expectativa. 

 Já consegue ver os livros?  perguntou.

O menino piscou, saindo de um rápido transe provocado pelas palavras da jovem. Ele observou as estantes com cautela, desejando desesperadamente que livros as preenchessem para que ele não decepcionasse a expectativa da bibliotecária. Mas não havia livro ali. Nenhum. Havia apenas... Ei, espera aí! O menino se aproximou de uma prateleira, observando-a minuciosamente.

 Portas? - perguntou.  São portas?

A bibliotecária assentiu.

 E para onde elas dão?

 Houve uma época que eu sabia de cor para onde cada uma delas dava. Já não sei mais. Surgem novas o tempo todo. Mas pode escolher uma e descobrir.

O menino sorriu. Já não parecia mais assustado ou contrariado. Passou a percorrer as estantes com uma ânsia infantil, procurando pela porta em miniatura que mais lhe chamasse a atenção. Alguns minutos depois já tinha a sua preferida. Com um assobio de aprovação, a bibliotecária puxou a portinha, como se retirasse um livro da prateleira e a portinha escorregou para o chão, projetando-se e aumentando de tamanho. 

 Histórias são como aventuras também... Sabe por quê?

O menino olhou da porta projetada para a bibliotecária. Sentia-se como um aluno aplicado que tinha feito a lição de casa, pois ele sabia a resposta.

 Porque precisam ser vividas!

 E compartilhadas  a bibliotecária completou.

De repente, ela tinha nas mãos uma das gaiolas do teto e a estendeu para o menino. Dentro da gaiola, como pássaros agitados, letras dançavam. Faziam um barulho muito similar a um bater de asas. E eram tantas que formavam um alegre e extenso redemoinho. O menino pegou a gaiola, sorriu para a bibliotecária e atravessou a porta, sumindo dentro dela. 

A jovem voltou ao balcão, cantarolando. Durante as horas que se seguiram, nenhum outro visitante apareceu e isso a deixou preocupada, mas não desanimada. Então, ela ouviu o barulho de uma porta batendo e soube que o menino estava finalmente de volta. Ele trazia numa mão a gaiola vazia; e na outra, um livro de capa vermelha. Depositou os dois objetos em cima do balcão. Estava cansado, mas satisfeito. 

 Então, como foi?  a bibliotecária perguntou, folheando rapidamente o livro escrito com as letras da gaiola. 

 Já teve que lutar contra um dragão?

 Tempos atrás, sim - respondeu ela, nostálgica. - Os marinhos são os mais ferozes.

Duas coisas passaram pela cabeça do menino. Primeiro ele quis saber mais sobre aquela bibliotecária do sorriso enigmático, que tinha um quê de heroína de tragédia grega ou de princesa amaldiçoada, ele não sabia ao certo. Mas esse pensamento foi logo suprimido por outro. Dragões marinhos?! Como se lesse os seus pensamentos, a bibliotecária disse: 

 Quem sabe fica para uma continuação? - e piscou para ele ao mesmo tempo que lhe entregava o livro de capa vermelha e um envelope azul pequeno.  Dentro do envelope está a sua carteirinha daqui. Tenho um pressentimento de que um dia vai voltar. E o livro... peço que dê para alguém que goste ou que o coloque entre os livros de outro biblioteca. Compartilhar, lembra?

O menino concordou. Pegou o livro e o envelope e se despediu cordialmente. Não queria ir embora daquele santuário, mas a bibliotecária tinha dito que ele voltaria. Ela dissera que era um pressentimento, mas soara como uma afirmação. E ele também sabia que voltaria. Voltarei amanhã, decidiu assim que deixou a incomum biblioteca para trás, já abrindo o envelope para conferir sua nova carteirinha. Estava surpreso por não ter havido necessidade de usar uma daquelas horripilantes fotos 3x4 que sua mãe o obrigava a tirar todo santo ano. A carteirinha era feita de um papel grosso e resistente e continha apenas o nome completo dele e, embaixo, a expressão Contador de Histórias

O menino não tinha a menor ideia de como a bibliotecária pudesse saber o seu nome. Ele olhou para trás, como se esperasse encontrar a jovem misteriosa na entrada arqueada, acenando para ele, convidando-o a voltar e nunca mais sair. 

Mas a biblioteca tinha desaparecido.