sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

[Resenha] Malinche

ESQUIVEL, Laura. Malinche. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. 199p.

RESENHA
por Juliana R. Santos

 
Capa - Ediouro
 Comprei este livro acreditando se tratar de um romance histórico. Achei que seria interessante, pois pouco conheço sobre a vinda de Cortés e a colonização espanhola na região que hoje é o México. Para quem não conhece a história, Malinche era uma índia asteca vendida como escrava aos Maias. Quando a cidade onde vivia é derrotada pelas tropas de Cortés, Mallinalli, como foi chamada ao nascer, é tomada como serva pelos espanhóis e batizada com o nome de Marina. Por seus conhecimentos da língua asteca e maia, Marina torna-se intérprete de Cortés e, futuramente, sua amante. Os filhos da união da índia com o conquistador são hoje considerados os primeiros mexicanos. 

  Com o pouco que já sabia da história que acabei de contar, esperava um romance bastante interessante, mostrando aspectos da vida cotidiana e da cultura tanto dos povos indígenas quanto dos espanhóis colonizadores, além, é claro, de uma dose de paixão, drama e guerras. Digamos que esperava algo como os escritos dos autores Bernard Cornwell, Conn Iggulden ou Phillippa Gregory. Bem, eu não poderia estar mais errada ao imaginar isto. Se eu tivesse lido outro livro da autora, Como Água para chocolate, por exemplo, talvez não tivesse me decepcionado tanto. 

  Não vi no livro nada do que se poderia esperar de uma narrativa histórica, na verdade, o livro trata muito mais das reflexões, medos e anseios da índia Mallinalli do que dos fatos históricos que a envolvem, o que é bastante chato, na minha opinião. O livro não segue uma narrativa linear, em vez disso, ela trata da reação da personagem frente a situações pontuais que vão aparecendo ao longo de sua vida. Em um capítulo, Mallinalli nasce, no outro, já é uma criança orfã de pai, logo em seguida é um jovem escrava, e assim por diante. Enfim, não há trama entre esses intervalos, o que deixa a história menos fluida, e torna a leitura menos agradável. Para piorar, a personagem ainda parece estranhar e e questionar mentalmente tudo o que vê, gerando reflexões extensas e maçantes. Não me entendam mal, não é que eu não goste de reflexões em um livro, mas a reflexão constante e pura, sem ser pontuada por algum drama ou ação, é bastante chata, a menos que você esteja em um humor bastante reflexivo, o que não era bem o meu caso na época em que li o livro. 

  Enfim, se você pensa em ler o livro para conhecer mais sobre a história do México, ou para ver alguma ação nas invasões (verdadeiros massacres em alguns casos) de Cortés, certamente vai se desapontar. Ao fim da leitura, pouco se acrescenta ao conhecimento básico da história do México. Não recomendo o livro , exceto para aqueles que gostam de reflexões profundas sobre a vida e sobre detalhes culturais dos indígenas mexicanos. A escrita é pouco fluida, e a forma como o texto é narrado não deixa a história clara. Quando você começa a entender certos pontos, ou quando esses se tornam minimamente agradável, a autora já avança para outro período bem a frente no tempo. É realmente difícil que eu critique um livro assim, geralmente gosto de quase tudo o que leio (até porque já mais ou menos encontrei o tipo de leitura que mais me agrada) mas este é, sem dúvida, um dos poucos livros de que, decididamente, não gostei

2 comentários:

  1. Oi tudo bem?
    Vi dar uma olhadinha por aqui e adorei seu cantinho rs :)
    Que chato quando não gostamos do livro né? Especialmente quando compramos pensando ser uma coisa e é algo totalmente diferente...Leituras que não fluem e não acrescentam nada são mesmo um ó. Ainda bem que já sei que é assim para passar longe rsrs
    bjos
    valmedrado16.blogspot.com.br

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  2. Olá Val,

    Fico feliz que tenha gostado! Seja bem-vinda quando quiser.
    É chato mesmo, mas não se pode acertar todas, felizmente isso de eu não gostar do livro que leio tem sido bem raro... É bom que os leitores já ficam avisados, hehehe

    Grande Abraço

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