quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

[Resenha] Terras Metálicas

NONATO, Renato C. Terras metálicas. São Paulo: Novo século, 2012. 616p. 

RESENHA
por Juliana R. Santos  

Capa - Editora Novo Século
Mais uma surpresa agradável vinda de autores brasileiros. Não, a surpresa não se deve ao fato de o livro ser nacional, pois já li o suficiente para saber que temos histórias nacionais tão boas ou melhores que algumas obras estrangeiras. Mas a surpresa se deve à ambientação da narrativa, geralmente não gosto tanto de mundos futuristas, com tecnologias super avançadas e tudo o mais. Mas este livro não foi nada do que eu esperei, o que o tornou muitíssimo mais agradável.

  A história se passa muitos anos no futuro. A última grande guerra na Terra devastou o planeta, tornando-o inabitável, forçando as pessoas a se abrigarem em um mundo construído no subsolo, denominado a Esfera. Os habitantes da Esfera, apesar de terem um vida cotidiana relativamente semelhante à nossa, perderam boas partes dos conhecimentos sobre o mundo na superfície, isso inclui o nome dos animais ou a história do mundo como era antes. E esse é um aspecto interessante da leitura, na minha opinião, comparar no que a cultura do novo povo é semelhante à nossa e no que se difere.

  Como personagens principais temos um grupo de quatro jovens de 12 anos - Raquel, Tales, Ângelo e Camila - que se preparam para receber seus chips e iniciar uma nova fase de aprendizado na Academia, que se assemelha às nossas escolas, mas o estudo é em tempo integral. Essa parte do chip é um tanto distante da realidade, mas relevando-se esse pequeno detalhe, acaba sendo um fator bem interessante, já que permite aos jovens conseguirem habilidades extraordinárias, e o aprendizado que se segue a este implante lembra um pouco as cenas de Harry Potter em Hogwarts. 

   Outro fator que me atraiu positivamente na história é a presença dos tashis, pequenas máquinas que atuam como mascotes, sendo programadas para acompanhar e auxiliar em pequenos tarefas do cotidiano, como acordar. O interessante sobre essas maquininhas é que elas são estranhamente humanas e dão um leve tom cômico à história, tornando-a ainda mais agradável. Além de todos os pontos positivos que falei, o livro ainda conta com cenas de ação de tirar o fôlego, onde nossos protagonistas não tão sensatos se envolvem em situações arriscadas e perigosas. Toda a ação do livro é bem interessante, mas a melhor parte, na minha opinião, a mais intensa de todo o livro, demora um pouco a acontecer, só sendo trazida aos leitores quase no final da narrativa. 

  Resumindo, o livro é ótimo e altamente recomendado. Uma informação que acho que faltou mencionar é que a obra tem todos as características de literatura infanto-juvenil, apesar de não ser classificada assim na ficha do livro. Me agradou muito a iniciativa da editora Novo Século com a coleção "Talentos da literatura brasileira", que permitiu que este e outros autores brasileiros pudessem mostrar que são tão bons em criar boas histórias quanto qualquer escritor estrangeiro. A edição, pelo menos a que eu li, tem alguns pequenos errinhos de revisão (peguei dois errinhos de digitação), mas, fora isso, o trabalho realizado tanto pela editora como pelo autor ficou excelente, digno das cinco estrelas recebidas no Skoob. 

2 comentários:

  1. Sua resenha me deixou mais ansiosa pelo livro, já que também estou participando de um book tour dele! Adoro esse clima futurístico!
    Beijos, Ju!

    www.bibliophiliarium.com

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    1. Você vai gostar Tici, o livro é muito legal! Fiquei até animada para ler os outros livros da editora! Também me ajudou a perder um pouco dessa implicância que eu tinha com livros futuristas.

      Beijos e boa leitura para você!

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