[Resenha] Os Ossos das colinas

IGGULDEN, Conn. Os Ossos das colinas. Rio de Janeiro: Record, 2010. 409 p. (O Conquistador, v.3)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Esta resenha é referente à continuação dos livros O Lobo das planícies e Os Senhores do arco, se você ainda não os leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história dos livros. 

   E chegamos ao terceiro volume da saga O Conquistador, do escritor britânico Conn Iggulden. Neste volume, continuamos a acompanhar as invasões mongóis ao longo do mundo, acompanhando Gênghis e seu povo que, após quase dominar toda a China, abandonam a campanha para se aventurar a atacar a Pérsia. 

   Nessa nova saga, além dos personagens habituais que estiveram presentes nos livros anteriores, contamos também com a frequente presença de Jochi, Chagatai, filhos de Gênghis e de sua primeira mulher (Borte), que agora já são adultos e comandantes de seus próprios tumans. Jochi, tem um destaque especial na história, devido a suas rixas constantes com Chagatai e, principalmente, com seu pai, rixas essas que ocorrem pelas circunstâncias de seu nascimentos. Como você talvez tenha ouvido falar, se conhece um pouco da história da Mongólia e, como foi retratado no primeiro livro da saga, Borte foi raptada enquanto esteva grávida de Jochi e, como era comum em tempos de barbárie, mulheres raptadas, invariavelmente, acabavam sendo vítimas de estupros, o que colocou em dúvida a paternidade do jovem. 

   Falando em tumans, nesse volume, as divisões e hierarquias militares mongóis também são mais desenvolvidas e explicadas. Um tuman era uma unidade de 10 mil homens, composto de 10 mighaans, com mil homens cada, esses, por sua vez, eram compostos de 10 jaguns (100 homens), que eram compostos pelos arbans, as menores unidades de comando, possuindo 10 homens cada. As famosas estratégias envolvendo cavalaria e arco também não poderiam faltar nas batalhas deste novo livro, sendo ainda mais intensas e interessantes do que no segundo. Também nesse volume, Gênghis nos mostra, cada vez mais, a sua face mais cruel, através de episódios conhecidos na história e que são narrados no livro de forma contundente, levando o leitor, tanto pela narrativa quanto pela barbárie dos atos em si, a ficar horrorizado em diversas cenas do livro.

   Assim como o segundo volume, este livro é recomendado para pessoas que gostam de narrativas e descrições de guerra, estratégias de combate e recursos militares medievais. Nesses aspectos, a narrativa se aproxima um pouco da de outro autor britânico conhecido, Bernard Cornwell. Atrevo-me a dizer que os fãs deste autor certamente irão gostar da série O Conquistador. Se você já leu os livros da série Assassin's Creed, pode achar este volume interessante, pois na saga dos assassinos, os ataques mongóis são mencionados algumas vezes e neste livro há momentos que relatam o confronto entre os mongóis de Gênghis Khan e a seita dos hassassins, que deu origem aos personagens dos jogos e livros que, acredito, todos conhecemos.  Em Os Ossos das colinas, pode-se esperar um pouco mais de sentimentos, principalmente vindos de Jochi, Tsubodai e Gênghis, relacionados à relação conturbada entre eles, mesmo assim, as ações predominam sobre os sentimentos no livro, então, para os que gostam apenas de romances, o livro é muito pouco recomendado.