quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

[Resenha] Os Senhores do Arco

IGGULDEN, Conn. Os Senhores do arco. Rio de Janeiro: Record, 2009. 420 p. (O Conquistador, v.2)

RESENHA
por Juliana R. Santos


Esta resenha é referente à continuação de O Lobo das planícies, se você ainda não o leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história do livro.   

Capa - Editora Record
O segundo volume da série Conquistador continua a narrar a incrível jornada do líder Gêngis Khan. Os Senhores do arco narra os estágios finais da unificação das tribos da Mongólia em uma única nação, sob o domínio de Gêngis, narrando também o início das invasões do povo à China, anteriormente dividida entre os Impérios Xixia, Jin e Sung. Sendo os dois primeiros os alvos iniciais dos ataques. 

   O livro continua contando a história sob a ótica de Gêngis, seus aliados e seus irmãos: Khasar, Khachium e Temuge. Mas dessa vez, há acréscimos à narrativa, como o jovem Tsubodai, o soldado chinês Ho Sa, o xamã Kokchu, entre outros. Em matéria de batalhas, o livro é um pouco mais intenso do que o primeiro, visto que, agora, pode-se ver melhor as estratégias de ataque mongóis em ação enquanto lutam contra as tropas chinesas, sendo o arco, usado pelos invasores, ainda mais exaltado como arma de guerra. Os números de combatentes também aumenta consideravelmente, já que agora trata-se de batalhas entre povos, e não mais disputas entre tribos,  contribuindo para dar ainda mais intensidade as cenas de combate. Apesar disso, há muitas passagens narrando situações de sítio, sendo essas um pouco mais lentas, equilibrando o ritmo da narrativa, que sem essas passagens, seria muito rápida. Convém lembrar que muitos elementos da trama são romanceados,pois há grande dificuldade em se conseguir registros sobre este período, visto que os mongóis, diferentes dos chineses, ainda não tinham o hábito manter registros escritos de seus feitos. 

    A confrontação entre a refinada cultura chinesa e a cultura mongol, mais bruta, grosseira e nômade, devido à vida mais severa levada pelo povo, também é um fator relevante na história, gerando, em vários momentos, estranheza nos personagens e leitores e proporcionando, aos últimos, algumas boas risadas . Há também cenas bem trágicas e impactantes, que fizeram parte da história da China e são narradas neste livro, contadas de forma a quase nos levar às lágrimas ou a deixar-nos estarrecidos. 

   Algumas resenhas que li criticam a falta de profundidade dos personagens, eu não tive esta impressão. É claro que alguns personagens são mais aprofundados do que outros, mas, em geral, o nível de profundidade é bastante bom para uma narrativa que se propõe a contar a história de todo um povo e não apenas de figuras isoladas. 

   Para quem gosta de romances históricos e de narrativas de guerra, toda a série é muito interessante e fortemente recomendada, pois mostra batalhas e desafios de povos com culturas e formas de combate bem peculiares em relação às ocidentais. Além disso, foi um período de grandes inovações na região em matéria de desenvolvimento militar. Para os leitores que esperam cenas de amor ou coisas parecidas, o livro será desapontador, já que a narrativa é um tanto fraca quanto a esse aspecto, dando mais preferência aos fatos do que aos sentimentos. 

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