Sei que sextas-feiras não costumam ser dias de resenhas. A princípio, o
programado era postar uma resenha segunda e outra na quinta (as resenhas desta
semana podem ser acessadas aqui). Porém, na próxima segunda-feira, 20/01, é
feriado em minha cidade e estarei indo viajar pelo fim de semana. Por este
motivo, não postarei nenhuma resenha neste dia, então estou adiantando para
hoje, a resenha que seria postada na segunda. Peço desculpas pela ausência e
espero que compreendam! Agora vamos à resenha!
IGGULDEN, Conn. Conquistador. Rio de Janeiro: Record, 2012; 518 p. (O Conquistador, v.5)
RESENHA
por Juliana R. Santos
Esta resenha é referente à continuação dos livros O Lobo das planícies, Os Senhores do arco, Os Ossos das colinas e Império da prata. Se você ainda não os leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história dos livros.
Capa - Editora Record |
Quem já leu os livros anteriores deve se lembrar que Kublai era o
segundo filho de Tolui e neto de Gênghis Khan. O personagem começa a trama como
um jovem erudito, um estudioso dedicado da cultura chinesa e da ainda breve
história de seu povo. Em oposição ao caráter ponderado de Kublai, seu irmão
Mongke é um guerreiro, endurecido pelas batalhas, possui lealdade de ferro
para com seu líder e despreza veementemente a crescente influência chinesa em
seu povo, cultura que ele julga "mole" e fraca. Por seus pontos de
vista totalmente opostos, os atritos entre os irmãos são frequentes, ao menos
até a metade do livro. Apesar disso, Mongke desempenha um papel essencial no desenvolvimento de Kublai, que o levou a chegar onde chegou.
Neste volume, o destaque maior, tanto na narrativa como entre
o povo mongol em si, vai para os filhos de Tolui, os irmãos Mongke, Kublai,
Hulagu e Arik Boke, sendo o foco narrativo dividido entre estes, Ghuyuk e Batu, que também têm alguma importância devido às elevadas posições que ocupam, e o derrotado imperador Jin. Sorhatani, que no
livro anterior é uma personagem forte e presente, perde um pouco da
importância após ter contribuído grandemente para a ascensão dos seus quatro filhos.
A
despeito das questões políticas enfrentadas pelo povo, as invasões são
retomadas, sendo enviados exércitos para o Oriente Médio, comandados por Hulagu, que dominam cidades como Bagdá e a fortaleza dos hassassins em
Alamut; e para a China, comandados por Kublai, com o objetivo de conquistar o
que ficou por ser conquistado, ou seja, o império Sung (A China era dividida
entre Xixias, Jins e Sungs). As invasões
proporcionam ao leitor, além de mais batalhas intensas, vislumbrar um pouco
mais das duas culturas, o que é bastante interessante. Entre os personagens de
destaque, Kublai é o que tem maior desenvolvimento, mostrando que além de um
grande estudioso e erudito, ele também pode ser um excelente comandante e
estrategista, sendo a história de seu povo, muito útil em alguns momentos de
sua campanha.
Como seus antecessores, este livro é muito bom. Para quem gosta
de guerras e estratégias, as invasões e a guerra civil entre mongóis oferecem
um prato cheio, dando ao livro um ritmo acelerado, apesar das questões
políticas que desaceleram um pouco a trama, mas não são tão abundantes. Há
também algumas passagens, que eu considerei desnecessárias onde o autor narra trechos
passados na fortaleza de Alamut envolvendo o líder dos hassassins e um jovem problemático (Hassan), atormentado pelo primeiro. Esses trechos não contribuem
em nada para a história, e não são nem ao menos interessantes de ler. Apesar
disso, o livro é excelente, fechando a série com chave de ouro e deixando os
leitores com saudade da vida entre este povo nômade que, contra todas as
suspeitas, e a despeito de sua cultura simples e rude, conquistou boa parte do
mundo com suas estratégias e modo de luta singular.
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