FUNKE, Cornelia. Morte
de tinta. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. 576p. (Mundo de tinta, v.3)
RESENHA
Por Juliana
R. Santos
Esta
resenha é referente à continuação dos livros Coração de tinta e Sangue de tinta. Se você ainda não
os leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história
dos livros
Capa - Editora Companhia das Letras |
Finalmente chegamos ao
terceiro e último volume da trilogia Mundo de Tinta. Diferente do que acontece
entre o primeiro e o segundo volume, a história prossegue com os acontecimentos
do segundo livro, sem um desfecho, como ocorreu no fim de Coração de Tinta, o que faz com que, muitas vezes, a
história de um se confunda com a de outro, principalmente para quem já leu a
trilogia há algum tempo. O livro é excelente, certamente melhor do que o
primeiro, embora eu não saiba dizer se é melhor ou pior do que o segundo,
digamos que seja tão bom quanto.
Nessa história, a maior parte
dos personagens se mantém, praticamente não havendo inclusões importantes,
exceto por Doria, um jovem personagem bem “fofo” que começa quase sem nenhuma
importância, mas que no fim, consegue alguma por suas ações e relações. O
desprezível Orfeu consegue aumentar seu papel, se tornando ainda mais
desagradável, apesar de Cabeça de Víbora continuar como vilão principal, enquanto
Mo, se torna ainda mais participativo na história como herói da trama. Resa
também é outra que ganha algum destaque nessa continuação, enquanto Meggie e
Farid ficam um pouco mais passivos.
Um ponto negativo da história
são os capítulos que falam de Darius e Eleanor, a gente quase pode perder a
paciência com os lamentos da última que perduram desde Sangue de tinta, até quase metade do último volume. Devido aos
acontecimentos do final do volume anterior, Fenoglio também se torna um pouco
mais chato e reclamão, pelo menos até a metade livro, quando ele e seus
escritos começam a ter uma participação maior.
A inclusão de alguns
personagens secundários serve para quebrar um pouco a distinção tão clara
entre o bem e o mau do volume anterior, mostrando que nem sempre o “lado dos
bons” é totalmente altruísta, o que dá certa maturidade à narrativa. O desfecho
da trilogia termina com os personagens felizes, como é de se esperar, mas não
completamente ausentes de problemas, dando, inclusive, brechas para uma possível
continuação, mas dificilmente esta poderia ser tão agradável quanto a narrativa
recém-encerrada.
Excelente livro, excelente
trilogia, nos faz pensar, em vários momentos, na importância dos livros e das
palavras, além de ser, de certa forma, um elogio tanto aos autores quanto aos
leitores, além de, é claro, aos tão amados livros!