terça-feira, 26 de novembro de 2013

[Resenha] O Espadachim de carvão

SOLANO, Affonso. O Espadachim de carvão. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 256p.

Capa - Editora Casa da Palavra

RESENHA
por Juliana R. Santos

Parece um livro bastante promissor para qualquer fã de literatura fantástica que acompanha os podcast do MRG. Realmente, um livro bastante agradável, porém, que deixa a desejar em alguns aspectos.

   Logo no começo somos apresentados ao protagonista Adapak, enfrentando seus perseguidores, já aí dá pra perceber que o personagem é bastante habilidoso nas artes de combate, então não dá pra esperar nenhuma evolução desta parte. Bem, com um começo assim, é de se esperar que muitas perguntas surjam, e à medida que o texto avança, as perguntas vão sendo respondidas, através de capítulos intercalados com cenas do passado do personagem, ao mesmo tempo em que outras perguntas vão surgindo. Entre essas voltas do passado, nos é explicado, através da fala do personagem Barutir, a criação do mundo, quando os quatro deuses descem à Kurgala, vazia de vida e governada por duas divindades, criam suas “casas” e as várias espécies de mortais que atualmente habitam o mundo. A seguir, aprisionam as duas divindades, e se recolhem a suas “casas”, deixando os mortais à própria sorte.

   A inocência e ingenuidade do protagonista, mostrada ao longo da narrativa, cria no leitor certa empatia com o estranho jovem de pele escura, o que é uma coisa boa, porém os demais personagens parecem um tanto obscuros, pouco detalhados e pouco importantes à história. Além de que as inúmeras espécies mortais apresentadas no livro confundem o leitor, sendo difícil a visualização de todas as características e nomes de tais criaturas com exatidão, eu pelo menos tive essa dificuldade, talvez fosse uma boa ideia uma edição com anexos contendo imagens dos vários habitantes de Kurgala.

   Outro ponto interessante é a forma como o texto tem pausas para destacar certos elementos da narrativa, principalmente dos pensamentos do protagonista, dando certo tom dramático à leitura.

   O livro, em geral, é bastante bom, uma leitura muito agradável, mas incomoda um pouco a forma, muito simples, como certas coisas são aprendidas por Adapak, mas essa parte pode ser justificada pelo desejo do autor de ter um protagonista jovem e habilidoso, o que não seria possível se ele levasse o tempo habitual para aprender certas habilidades. A história também deixa muito a desejar no desfecho, rápido demais, corrido demais, deixando algumas perguntas a serem respondidas, como “O que havia na carta de T’arish?”, por um momento, achei que aquela carta poderia conter mais do que apenas parte do romance da história, mas informações importantes sobre os fatos que estavam ocorrendo ao espadachim negro. Espera-se que essas e outras questões sejam respondidas no volume 2, previsto para ser lançado no 2º semestre de 2014. Outra questão que fica sem resposta é:

ATENÇÃO, O TRECHO A SEGUIR PODE SER CONSIDERADO SPOIL!

   Por que a casa de um dos deuses se desfaz com sua morte, e a de outro permanece intacta mesmo com o deus, proprietário da mesma, morto? 

2 comentários:

  1. Arrasando hein... assim ficará mais fácil escolher livros para ler de agora em diante rsrsrsrs

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  2. Qualquer um desses dois que eu já resenhei, eu recomendo, pode ler que são bons! Mostra pro Hilton, ele parece gostar desse tipo de livro, não?

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