SOLANO, Affonso. O Espadachim de carvão. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 256p.
RESENHA
por Juliana R. Santos
Parece um livro bastante
promissor para qualquer fã de literatura fantástica que acompanha os podcast do
MRG. Realmente, um livro bastante agradável, porém, que deixa a desejar em
alguns aspectos.
Logo no começo somos apresentados
ao protagonista Adapak, enfrentando seus perseguidores, já aí dá pra perceber
que o personagem é bastante habilidoso nas artes de combate, então não dá pra
esperar nenhuma evolução desta parte. Bem, com um começo assim, é de se esperar
que muitas perguntas surjam, e à medida que o texto avança, as perguntas vão
sendo respondidas, através de capítulos intercalados com cenas do passado do
personagem, ao mesmo tempo em que outras perguntas vão surgindo. Entre essas
voltas do passado, nos é explicado, através da fala do personagem Barutir, a
criação do mundo, quando os quatro deuses descem à Kurgala, vazia de vida e
governada por duas divindades, criam suas “casas” e as várias espécies de
mortais que atualmente habitam o mundo. A seguir, aprisionam as duas
divindades, e se recolhem a suas “casas”, deixando os mortais à própria sorte.
A inocência e ingenuidade do protagonista,
mostrada ao longo da narrativa, cria no leitor certa empatia com o estranho
jovem de pele escura, o que é uma coisa boa, porém os demais personagens
parecem um tanto obscuros, pouco detalhados e pouco importantes à história. Além
de que as inúmeras espécies mortais apresentadas no livro confundem o leitor,
sendo difícil a visualização de todas as características e nomes de tais
criaturas com exatidão, eu pelo menos tive essa dificuldade, talvez fosse uma
boa ideia uma edição com anexos contendo imagens dos vários habitantes de
Kurgala.
Outro ponto interessante é a
forma como o texto tem pausas para destacar certos elementos da narrativa,
principalmente dos pensamentos do protagonista, dando certo tom dramático à
leitura.
O livro, em geral, é bastante
bom, uma leitura muito agradável, mas incomoda um pouco a forma, muito simples,
como certas coisas são aprendidas por Adapak, mas essa parte pode ser
justificada pelo desejo do autor de ter um protagonista jovem e habilidoso, o
que não seria possível se ele levasse o tempo habitual para aprender certas
habilidades. A história também deixa muito a desejar no desfecho, rápido
demais, corrido demais, deixando algumas perguntas a serem respondidas, como “O
que havia na carta de T’arish?”, por um momento, achei que aquela carta poderia
conter mais do que apenas parte do romance da história, mas informações
importantes sobre os fatos que estavam ocorrendo ao espadachim negro. Espera-se que essas e outras questões sejam respondidas no volume 2, previsto para ser lançado no 2º semestre de 2014. Outra
questão que fica sem resposta é:
ATENÇÃO, O TRECHO A SEGUIR PODE
SER CONSIDERADO SPOIL!
Por que a casa de um dos deuses
se desfaz com sua morte, e a de outro permanece intacta mesmo com o deus,
proprietário da mesma, morto?
Arrasando hein... assim ficará mais fácil escolher livros para ler de agora em diante rsrsrsrs
ResponderExcluirQualquer um desses dois que eu já resenhei, eu recomendo, pode ler que são bons! Mostra pro Hilton, ele parece gostar desse tipo de livro, não?
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