[Resenha] Presságio: o assassinato da freira nua

BARROS, Leonardo. Presságio: o assassinato da freira nua. Barueri: Novo Século, 2012. 220p. (Coleção novos talentos da literatura brasileira)

Capa - Editora Novo Século

   O livro narra a história de Alice, uma jovem de 26 anos que, desde sua adolescência, possui o dom de ver coisas que aconteceram ou irão acontecer, especialmente em momentos de êxtase. Como era de se esperar, a jovem e sua clarividência são desacreditados por amigos e psiquiatras, até que Alice, em uma festa regada a álcool e drogas, têm a visão de um crime sendo cometido. 

  A vítima é Vívian Montegart, que comparecera àquela mesma festa usando uma provocante fantasia de freira, encontrada morta num dos quartos da casa. O crime, logo é associado pela polícia a um outro assassinado onde a freira conhecida como Irmã Bianca, fora violentada e estrangulada. Não demora até que a polícia conclua que os dois crimes foram cometidos pela mesma pessoa e leve à prisão o jovem Danilo. Porém, devido à suas visões, Alice sabe do erro cometido pela polícia, e começa, ela mesma, a tentar investigar o caso. Baseando-se, sobretudo, em sua clarividência, a jovem têm de passar por inúmeras situações complicadas, enquanto tenta provar que o assassino de Vivian ainda está a solta. 

   Além da caça por pistas e investigações minuciosas em busca de um assassino, elemento essencial de um livro de mistério, a narrativa possui um toque de misticismo no dom sobrenatural da protagonista e uma dose considerável de sensualidade e erotismo, o que certamente agradará muitos leitores, mas talvez, em igual medida, desagrade outros. 

   O que mais me cativou em relação à leitura, é que narrativa surpreende com reviravoltas interessantes, mesmo quando se crê que o mistério já está solucionado, tornando o livro cativante do início ao fim. Além disso, o final da trama deixa alguns elementos em aberto, dando a possibilidade, mas não carência, de uma continuação. Como pontos negativos, eu diria que a protagonista poderia ser um pouco mais aprofundada. Em alguns momentos, não ficava tão claro as motivações da jovem e suas atitudes insensatas e inconsequentes me desagradaram um pouco. Por outro lado, a força, a sensualidade e a impetuosidade de Alice, sobretudo no final da livro, quando esta se mostra mais amadurecida e sensata, é capaz de cativar muitos leitores. 

  Enfim, Presságio é um livro bem rápido de ler, com uma leitura fácil, apesar de seu conteúdo um tanto denso. Apesar de breve, é uma história interessante que recomendo, principalmente, para leitores adultos.